20 dezembro, 2009

UM SANTO E FELIZ NATAL 2009

São os votos do Secretariado Paroquial da Catequese de Murça.

29 novembro, 2009

NATAL



Senhor, faz connosco este Caminho do Advento
e que no Natal possamos nos encontrar de uma maneira NOVA.

30 setembro, 2009

DIA DIOCESANO DO CATEQUISTA - 5 DE OUTUBRO

Vila Real convoca catequistas para Jornada Diocesana
O Dia Diocesano dos catequistas de Vila Real realiza-se em Chaves no próximo dia 5 de Outubro, Segunda-feira. O local escolhido foi a nova Igreja da Sagrada Família que dispõe de um auditório com capacidade para receber cerca de 500 catequistas.
De acordo com o plano pastoral da Diocese de Vila Real, «Povo da Palavra, Povo sacerdotal», os catequistas têm aqui uma oportunidade de aprofundar o sentido do «sacerdócio comum» e do «sacerdócio ministerial». Pretende-se com esta jornada diocesana que os catequistas vivam em comunhão eclesial e descubram a beleza do sacerdócio, neste ano sacerdotal, promulgado pelo Papa Bento XVI.
Este encontro tem como lema «Em Cristo todos somos sacerdotes». Importa, portanto, descobrir e valorizar o sacerdócio comum dos fiéis e a missão do catequista como autêntico ministério baptismal.
Do programa deste dia constará uma conferência sobre o tema “ o sacerdócio, dom para a Igreja e para o mundo” proferida pelo P. Sérgio Dinis, coordenador diocesano da pastoral. A Eucaristia será presidida por D. Amândio José Tomás, bispo coadjutor. Durante a tarde, em ambiente festivo, haverá espaço para a música com o grupo vila-realense “Excelsior” e testemunhos de sacerdotes e catequistas acerca da catequese paroquial ao serviço da iniciação da fé e do despertar vocacional.
Com este dia, a diocese de Vila Real procura marcar a semana da Educação Cristã e lançar o novo ano pastoral.

14 julho, 2009

A REALIDADE ACTUAL

1. Muitas crianças chegam à catequese sem um conhecimento mínimo dos princípios que orientam a vida cristã;
2. A indiferença religiosa difunde-se cada vez mais;
3. Aparecem igualmente muitos adultos e jovens com percursos muito variados;
4. A ignorância religiosa continua profunda, apesar de muitos completarem o itinerário catequético;
5. Afastamento da prática dominical parece aumentar, de tal forma que, muitas crianças que frequentam a catequese, não participam na Missa dominical, e chegados ao Crisma, são muitos os que abandonam a prática da Eucaristia.
6. Tendo a catequese a missão de anunciar a Palavra de Deus, a fim de despertar a fé nos catequizandos, verifica-se, no entanto, que estes se encontram cada vez menos predispostos para responder ao anúncio do Evangelho.

CATEQUESE ACTIVA (UMA RESPONSABILIDADE DE TODOS)

Pároco
Compete procurar que a catequese seja, efectivamente, uma actividade prioritária na missão pastoral dedicando-lhe “os melhores recursos de pessoal e de energia, escolhendo e formando pessoas qualificadas” (CT 15); estimular em todos os membros da comunidade a consciência da sua responsabilidade pela missão da catequese.
Família
Exerce uma influência decisiva na educação humana e cristã dos filhos, enriquecendo-os com o património moral e espiritual que vem do cristianismo. Os pais são, pois, chamados a comunicar aos filhos formas de viver que estejam em sintonia com o evangelho. O seu contributo é insubstituível, uma vez que a fé é uma forma de vida que se comunica e não uma doutrina a inculcar. No entanto, verifica-se, hoje, que os pais se têm vindo a afastar da responsabilidade de primeiros e principais educadores na fé. Sendo assim, a comunidade cristã não pode substituir os pais, mas deve colaborar com eles na educação dos filhos.
Catequistas
Ocupam um lugar especial na transmissão da fé, uma vez que, é em nome da comunidade, que estes orientam os vários grupos da catequese. Os catequistas são, na verdade, o rosto e porta-voz da fé da Igreja e testemunhas da experiência de fé das comunidades. Enquanto educadores da fé, os catequistas são o coração das nossas comunidades, iniciando os catequizandos nas várias dimensões da fé: na oração, na celebração da liturgia e no comportamento cristão, a partir da sua própria experiência pessoal de vida cristã. Dada a importância da sua missão – fazer dos catequizandos verdadeiros discípulos de Jesus Cristo.
Concluindo, coordenar é, pois, integrar, dinamizar e incentivar a caminhada da catequese, em harmonia com as opções diocesanas, paroquiais, e segundo as exigências de uma catequese renovada.
CELEBRAÇÕES FESTIVAS DA CATEQUESE

1ºano - "Festa da Família" -30/05/2010
2ºano -"Festa do Pai-nosso" - 21/03/2010
3ºano - "Festa da 1ª Comunhão" - 03/06/2010
4ºano - "Festa da Palavra" - 09/05/2010
5ºano - "Entrega do Credo" - 11/04/2010
6ºano - "Festa da Profissão de Fé" - 13/06/2010
7ºano - "Festa das Bem-aventuranças" - 02/05/2010
8ºano - "Festa da Vida" - 16/05/2010
9ºano - "Festa do Envio" - 23/05/2010
Secretariado Paroquial da Catequese

29 junho, 2009

OS PAIS TAMBÉM CELEBRAM...


Na catequese da infância, são muitas as vezes em que o “Guia do Catequista” prevê que os pais estejam presentes, quer dando o seu testemunho quer participando em catequeses de matriz celebrativa.
Estas catequeses / celebrações são também uma oportunidade de trabalhar e formar cristãmente os pais.

Fica aqui apenas algumas “dicas” (a modo de decálogo) que talvez possam ajudar na hora de celebrar com (a participação dos) pais:

1. As celebrações são basicamente acções participativas; não se trata, portanto, de uma celebração só para as crianças, ou para as crianças e catequistas, mas também para os pais.

2. A participação dos pais numa celebração da catequese não deve ser passiva, de mero espectador; confiem-se aos pais alguma tarefa ou responsabilidade no decurso da celebração.

3. Cada celebração tem um objectivo ou finalidade; todos, os pais incluídos, devem compreender com clareza o alcance e profundidade do (acontecimento ou facto) que se celebra.

4. As celebrações, em catequese, devem ter uma sequência (litúrgica, temática ou pedagógica) coerente e devem iluminar-se umas às outras.

5. As celebrações têm que fazer uma referência clara ao tema de trabalho, manifesto através de símbolos, representações ou outras actividades das crianças.

6. Numa celebração nunca pode faltar a iluminação (leitura ou outra forma) da palavra de Deus, que os pais, catequistas, sacerdote ou catequizandos se encarregarão de proclamar.

7. A oração (e oração comum) deve ocupar também um lugar relevante. Os próprios cânticos deverão manter uma relação directa com o tema, reforçando a actividade orante.

8. É importante que o lugar onde se celebra seja um lugar acolhedor e devidamente preparado para que todos se sintam cómodos. Devem evitar-se os espaços demasiado grandes ou demasiado pequenos, bem como o frio ou calor excessivos.

9. Há celebrações essenciais e, que, como tais, nunca deveriam faltar: o Natal, a Páscoa, a celebração de encerramento ou festa final respectiva.

10. As celebrações, em catequese, devem ter sempre um tom pedagógico, sobretudo a partir dos sinais, devem ser atractivas, ágeis, alegres e não demasiado longas

D. MANUEL LINDA - NOVO BISPO AUXILIAR DE BRAGA



Bento XVI nomeou este Sábado como bispo auxiliar da diocese de Braga, com o título de Case Mediane, o Pe. Manuel Linda, reitor do Seminário de Vila Real, Vigário Episcopal para a Cultura e Coordenador da Pastoral da diocese de Vila Real.Nascido a 15/04/1956 na Freguesia de Paus, Concelho de Resende, Distrito de Viseu, Diocese de Lamego. Frequentou os Seminário Menor (Resende) e Maior (Lamego) da Diocese de Lamego, bem como o Instituto de Ciência Humanas e Teológicas (Porto), já como aluno da Diocese de Vila Real. Recebeu a Ordenação Presbiteral a 10 de Junho de 1981.Na carta enviada a D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, e à diocese para onde irá exercer o seu múnus episcopal, D. Manuel Linda agradece a confiança depositada nele e "espero não defraudar". Em declarações à Agência ECCLESIA realça que "não é de ânimo leve que se assume uma tarefa destas porque é uma missão que supõe muitas forças".Assume-se como homem de estudo e de presença na sociedade. "Procuro conciliar as duas coisas" - realça. Tem uma relação privilegiada com a juventude porque "Deus colocou-me sempre em ligação com os jovens" - salientou.
Na carta enviada aos bispos de Vila Real - D. Joaquim Gonçalves e D. Amândio Tomás - reconhece que tem "dois amores especialíssimos: um, é a Universidade Católica; o outro, o Seminário de Vila Real".Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Manuel Linda sublinha que se os padres e os bispos começarem - a partir do centro - a "fazerem homens livres, a sociedade será de gente livre". E acrescenta: "estou convencido que todos os padres e bispos são os fazedores da libertação interior".

16 junho, 2009

DIA DA DIOCESE - MURÇA - 7 DE JUNHO 2009

O nosso obrigado!


Que Deus vos recompense!

Na vida é preciso sonhar!
Nós, os sacerdotes do Arciprestado Douro II, há uns meses atrás também sonhámos. Sonhámos com um Dia da Diocese diferente. Com amor fomos passando esse sonho para o papel e progressivamente para a realidade. Do sonho, reparámos que nem tudo era possível, realmente. Quantas vezes voltámos atrás e sonhámos de novo! Foi necessário pôr outros a sonhar… envolver… motivar… Não foi difícil, porque Ele fez o resto!
Em Murça, no passado dia 7 de Junho, estiveram entre quatro a cinco mil pessoas e seguiram a eucaristia online 274. Mas os números pouco dizem. Diz mais o sorriso estampado em cada rosto, o desabafo de quem se sente em casa ou na sua própria terra, ou a lágrima caída de um coração que sente o que não consegue dizer. Por isso, para muitos, o que se viveu em Murça é indizível. Foi uma experiência de comunhão que talvez só em Igreja se consegue viver!
Tudo foi possível graças a muitas pessoas. Sim, porque mesmo as Instituições são formadas por pessoas. E só Deus sabe, o quanto cada um contribuíu.
A cada homem e a cada mulher que connosco se atreveu a sonhar… a nossa profunda gratidão. Queremos dizer-vos que na Fé, Esperança e Caridade, continuamos a sonhar convosco, traçando o caminho da história, na qual a Igreja se constrói.
Os Padres do Arciprestado Douro II

09 junho, 2009


A PASSAGEM DE TESTEMUNHO








DIA DA DIOCESE - MURÇA - 7 DEJUNHO 2009






No Dia da Diocese de Vila Real muitos foram os que assistiram às diversas actividades previstas no Programa.
Tendo o seu ponto mais alto na celebração da Eucaristia presidida pelo Bispo da Diocese, Dom Joaquim Gonçalves, que terminou com a entrega do testemunho do Sr. Padre Sérgio Dinis ao Pároco de Sabrosa, localidade que, no próximo ano, irá acolher alguns milhares de fiéis para celebrar o Dia da Diocese.
A passagem de testemunho foi presenciada por todos aqueles que nos visitaram, neste dia tão importante para todos os cristãos. Foi um momento de grande emoção vivido por todos os presentes.
Uma comunidade que não é unida, que não dá o testemunho da fé e da caridade, uma comunidade dividida não tem a força para evangelizar.Na Igreja, a missão deverá ser sempre partilhada e repartida por todos.
A nossa diocese viveu, no dia 7 de Junho, momentos inesquecíveis.Festa especial, festa da missão, foi o que caracterizou aquele acontecimento em que se congregaram “testemunhos de uns para outros”, desde crianças, jovens, famílias e idosas e onde ninguém foi esquecido.
A preocupação e o envolvimento do nosso Pároco e de todos aqueles que quiseram partilhar e envolver-se neste magnificente dia, foi uma constante. Uma palavra de gratidão e de reconhecimento foi também deixada a todos, pelo Rev. Padre Manuel Linda, principalmente ao Rev. Padre Sérgio Dinis que conseguiu mover e envolver grande parte da população de Murça e do Arciprestado Douro II. O Rev. Pe. Manuel Linda, na despedida, disse estar muito feliz “pelo espírito de Igreja vivido por todos”, agradecendo todos os grupos que contribuíram para que este dia fosse uma realidade. A assembleia de fiéis foi pródiga em aplausos e, no final da celebração, participou no convívio propiciado pelas bandas convidadas apesar das condições climatéricas não terem sido as melhores.

08 junho, 2009

DIA DA DIOCESE DE VILA REAL EM MURÇA




No passado dia 7 de Junho, muitas foram as pessoas, vindas de toda a Diocese de Vila Real que se reuniram em Murça, para participarem no Dia da Diocese. O tema este ano foi “S. Paulo e a Igreja e a Igreja em São Paulo”, por ser coincidente com o encerramento do Ano Paulino. O dia começou com o acolhimento, feito através de uma equipa de voluntários, destinada para esse fim, que ficou encarregue de acompanhar todos aqueles que nos quiseram visitar nos diferentes grupos de actividades.
O dia diocesano terminou com a Eucaristia, celebrada pelo Senhor Bispo Dom Joaquim Gonçalves e concelebrada pelos sacerdotes de toda a Diocese.
Foi um dia de algum trabalho mas também de muita união, alegria, emoção, convívio e partilha!
Com a hospitalidade que nos é própria e com o amor de que somos capazes, tudo fizemos para que esse momento fosse para si de maior comunhão com a Igreja de Jesus Cristo.
Os nossos sinceros agradecimentos a todos aqueles que connosco partilharam este momento tão marcante nas nossas vidas.

28 maio, 2009

DIA DA DIOCESE - 7 DE JUNHO EM MURÇA

Todos os cristãos da Diocese de Vila Real estão convidados a participar.
Será na Vila de Murça, todo o dia.
Não falte
«No primeiro Domingo de Junho, dia sete, celebraremos o Dia da Diocese. O local da concentração será neste ano a vila de Murça. O «Dia da Diocese» é uma jornada pastoral destinada a desenvolver nos fiéis o espírito de diocese, recomendado pelo Concílio, isto é, a consciência de que os baptizados formam uma «comunidade de fé, animada pelo Espírito Santo, alimentada pela Palavra e pela Eucaristia e governada por um Bispo, na qual se manifesta a Igreja de Cristo, una santa católica e apostólica». Das três comunidades cristãs fundamentais em que estamos inseridos - família, paróquia e diocese – a família é a mais natural, a paróquia é a mais próxima, a diocese é a mais rica teologicamente e a única que pode chamar-se «igreja». A paróquia durante séculos não existia e só se entende em comunhão estreita com o bispo diocesano, de que o pároco é um «cooperador». A própria construção da família cristã requer um pronunciamento do bispo sobre a liberdade dos noivos e a sua capacidade. Nas três comunidades o fiel católico deve ser um membro activo e não mero consumidor de actos ou serviços religiosos procurados pontualmente, junto dos padres e leigos».
D. Joaquim Gonçalves, Bispo de Vila Real

27 maio, 2009

SECRETARIADO PAROQUIAL DA CATEQUESE


“Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda a criatura:
Quem acreditar e for baptizado será salvo” (Mc 16, 15-16)


Olhando para a sua messe, tão vasta e necessitada de operários, passou o Senhor pela minha casa e chamou. Preciso de ti! Vai sem medo, cuidar do meu terreno querido, para que haja fruto abundante. Não te preocupes com a semente, essa nunca faltará. Lança-a à terra, põe nesta tarefa o teu cuidado, o teu trabalho, o teu esforço, o teu entusiasmo e alegria… Olha que sou Eu que a faço crescer!
É necessário para que todos me conheçam e, em mim, encontrem sentido e vida. De que instrumentos posso Eu dispor? De todos, certamente! Também tu és meu. Vai para minha vinha particular – a Catequese - apenas me quero servir de ti como meu instrumento. Não questiones a hora e muito menos os teus fracos recursos. No lugar onde moras, na realidade do teu meio, na Diocese de Vila Real, quero contar contigo para esta missão urgente e que me é tão querida! Sou Eu que conduzo os teus passos e, quanto à hora, pertence-me a mim escolhê-la e saber qual a mais favorável. É questão de amor, é questão de fé… Isto tem a ver comigo, mas não foi assim também contigo, querido Catequista?
Paixão por Cristo, paixão pelo mundo, é desafio que nos desinstala e nos faz correr alegremente a levar a Boa Notícia da salvação. Quem pode permanecer indiferente ou surdo à insistência do toque de Deus? Nós, Secretariado da Catequese, dissemos sim e sim com a vida. Estamos ao serviço da Igreja, sentimo-nos parte viva dessa mesma Igreja e, em comunhão com toda a Igreja, lançámo-nos nesta grandiosa missão.
O campo é muito vasto e a necessidade de chegar a todos os Catequistas, a todas as Paróquias, a todas as famílias, ao coração de todas as crianças e adolescentes alarga os nossos sonhos e empurra-nos alegremente para o trabalho. Há dificuldades, sem dúvida, mas abunda a esperança e a alegria!
Temos dado o nosso melhor à causa da Catequese e, desse jeito, continuaremos confiantes no Senhor Jesus e na colaboração do nosso Pároco e de todos os Catequistas.
A formação dos Catequistas tem sido e continua a ser a prioridade deste Secretariado. Acreditamos que só por aí é possível uma verdadeira Catequese, capaz de aproximar os homens de Deus e de transformar o mundo. A Igreja precisa de Catequistas conscientes da sua vocação e missão. E todos sabemos que mais do que ensinar doutrina e comportamentos, a missão do catequista é levar a Jesus os destinatários da Catequese, é iniciá-los no conhecimento e na amizade com o Senhor Ressuscitado que ele próprio já experimentou. Que maravilha quando o Catequista se entende e se apresenta como um discípulo que conheceu e seguiu Jesus Cristo e n’Ele encontrou a luz para o caminho da sua vida!
Quanto mais nos consciencializamos da necessidade de formação mais a desejamos e mais vontade temos de percorrer este caminho que nos abre sempre mais e mais a novas possibilidades. A Catequese é a tarefa prioritária da Igreja. É tarefa exigente mas sem Catequese não pode haver Igreja. E sem Igreja não há Catequese. Despertar para esta realidade é dar à Catequese o lugar que lhe é devido. Cuidar dos Catequistas e da Catequese é cuidar da vitalidade da nossa Igreja.
O Secretariado da Catequese louva o Senhor pelos Catequistas e com os Catequistas. Foi o mesmo Senhor que nos chamou e continua a entusiasmar. Ser mensageiro da Palavra de Deus não é um título de glória e projecção pessoal, mas um serviço que pede humildade e sacrifício. Continuemos Catequistas empenhados, activos, responsáveis, disponíveis, verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, capazes de contemplar o Seu rosto… sejamos apóstolos que vivem, anunciam e testemunham a fé em Jesus Cristo Ressuscitado com coragem e alegria.
Um ano muito fecundo espiritualmente, cheio das bênçãos de Deus e na companhia materna de Maria é o que desejamos a todos.

O nosso bem haja a todos.


21 maio, 2009

A AVALIAÇÃO NA CATEQUESE

Será correcto a aplicação de testes de avaliação na catequese?
É importante. A catequese é também um processo educativo.É como uma viagem, um percurso. Com um ponto de partida e um ponto de chegada.Esse ponto é o cristão adulto, a maturidade de fé.Claro que essa viagem se faz em etapas. Cada ano, cada encontro de catequese é mais um passo nessa viagem.E como em todas as viagens é importante saber onde estás. Saber a velocidade que estás a alcançar, se desviaste-te da rota.Só se fizeres esse esforço consegues chegar ao final.A isso nós chamamos avaliação. Não é para premiar ou castigar ninguém. Não é para motivar os catequizandos-viajantes através do medo de "chumbar". É uma parte importante do serviço do catequista perceber que viagem real estão os catequizandos a fazer. Para saber se é preciso andar mais depressa ou mais devagar; para decidir o que fazer quando aparecem imprevistos no percurso.Normalmente fazemos essa avaliação através do diálogo com eles, observando as suas reacções no grupo, na igreja, falando com os pais.A avaliação pode ser feita de muitas formas. O importante é que seja feita.Claro que há quem diga o contrário. Será por preguiça? Por alergia a tudo o que cheire a escola? Não te sei dizer.Mas fugir à avaliação é uma grande falta de respeito aos catequizandos. Não sabermos onde eles estão na caminhada catequética é um muito mau serviço que lhes prestamos.Claro que há um problema com tudo o que cheire a escola.Como disse acima a catequese é também educação.Mas a maior parte dos catequistas, dos párocos e muitos responsáveis diocesanos não tiveram oportunidade de estudar muito sobre educação. Aquilo que sabem é a sua própria experiência de escola. A de antigamente, com as suas qualidades e defeitos ou a de hoje, com as suas qualidades e defeitos.E por isso, muitas vezes, importamos da escola uma série de maneiras de fazer para dentro da catequese, certamente com as melhores das intenções. Mas há opções que na escola até podem fazer sentido mas que, catequeticamente, são uma aberração. Um exemplo. A catequese segue o calendário da escola mas já reparaste que nos momentos mais intensos da vida cristã (Natal, Páscoa) a catequese está fechada para férias?Do mesmo modo o uso de testes pode fazer sentido na catequese como instrumento de avaliação.Se for para avaliar conhecimentos dos catequizandos.Não como ameaça mas como instrumento útil ao catequista!

QUERIDOS PAIS,

A Primeira Comunhão dos vossos filhos é um acontecimento muito importante.

Estimados Pais das crianças da Primeira Comunhão:
A festa da Primeira Comunhão dos vossos filhos é também a vossa festa. Eles são fruto do vosso amor, cresceram com a vossa dedicação, dão este passo apoiados em vós. Manifesto-vos, por isso, a alegria e o reconhecimento da Igreja pela celebração da Primeira Comunhão.
Desejo chamar a vossa atenção para o fundamento espiritual e interior desta festa: É a visita maravilhosa do Senhor Jesus, presente no sacramento da Eucaristia, ao coração dos vossos filhos. É este fundamento espiritual que dá beleza e encanto à Primeira Comunhão. Se cuidamos só do brilho e da aparência exterior (as roupas, as flores, o lanche, as prendas…) e esquecemos a visita sacramental de Jesus, esvaziamos a festa do seu significado. Certamente, todos desejamos que a Primeira Comunhão seja o início de uma amizade profunda e duradoura com o Senhor que dê, ao longo da vida (deles), muitos frutos: frutos de alegria, de esperança, de amor, de santidade e de paz.
Além de ser um encontro íntimo com o Senhor e uma ligação mais activa com a Igreja, a Primeira Comunhão é ainda uma festa da família. Dá continuação ao Baptismo que os pais pediram. De facto, o Baptismo está orientado para a Eucaristia e a Eucaristia é a coroa do Baptismo. Vós, Pais, sois, portanto, chamados a preparar e a viver com os vossos filhos este momento da Primeira Comunhão. Como podem e devem os Pais preparar esta celebração?
Educar na amizade com Jesus ensinando os filhos a falar-Lhe através da oração. Procurem os Pais criar nos filhos hábitos de oração.
Iniciar os filhos nos gestos e sinais de veneração pela presença de Jesus na Eucaristia (No Santíssimo Sacramento, como dizemos habitualmente). Entrem com os filhos na Igreja da vossa comunidade e ensinem-nos a descobrir e a venerar Jesus na Eucaristia (chamem a atenção para o significado da lâmpada do Santíssimo, do silêncio, da genuflexão, do gesto de se benzer, do momento de oração pessoal, etc.).

Participem com os vossos filhos na Eucaristia Dominical e na comunhão; esforcem-se por acompanhar os filhos na participação da Missa Dominical.

12 maio, 2009

IGREJA CELEBRA SEMANA DA VIDA

A Igreja Católica em Portugal celebra, de 10 a 17 de Maio, a Semana da Vida, este ano subordinada ao tema “Vida com Valores formação na Família”. Esta iniciativa vem na sequência do apelo lançado em 1991 pelo Papa João Paulo II, na Encíclica “O Evangelho da Vida”, sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana.
A Semana da Vida vem focando, cada ano, aspectos a que a actualidade confere especial premência. Após o Referendo de Fevereiro de 2007, que abriu a porta à legalização da prática do aborto, a Igreja, não se eximindo ao dever de ajudar a descobrir as causas de tão grande vazio ético na sociedade portuguesa, propôs-se enfrentar com realismo as que mais directamente lhe digam respeito, designadamente, a preocupante fragilidade do processo evangelizador.
Numa situação de debate de civilização, as Semanas da Vida 2007 e 2008 incidiram sobre a evangelização em ordem à conversão pessoal e à transformação das consciências e das mentalidades.
Dando-lhes continuidade, a Semana da Vida 2009 acolhe a mensagem do mais recente Encontro Internacional das Famílias, sobre “A Família, Formadora nos Valores humanos e cristãos”.
A família, santuário da vida, é também “uma escola de humanidade e de vida cristã para todos os seus membros, com consequências benéficas para as pessoas, para a Igreja e para a sociedade” (Bento XVI, Mensagem ao VI Encontro Mundial das Famílias). Por essa razão, uma evangelização cuidada que responda ao vazio de valores éticos na sociedade não pode esquecer a família como destinatária e como sujeito activo dessa evangelização.
Esta Semana da Vida 2009 será, talvez ainda mais que as anteriores, a afirmação clara de que a defesa da vida está intimamente ligada à defesa da família, hoje tantas vezes desvalorizada, depreciada e mesmo atacada.
Defender e apoiar as famílias a fim de que os seus membros sejam pessoas livres e ricas de valores humanos e evangélicos é o caminho mais directo e eficaz para garantir a dignificação da vida e o melhor serviço que se pode oferecer à sociedade.

11 maio, 2009

O DIA DA DIOCESE EM MURÇA

1- No primeiro Domingo de Junho, dia sete, celebraremos o Dia da Diocese. O local da concentração será neste ano a vila de Murça. O «Dia da Diocese» é uma jornada pastoral destinada a desenvolver nos fiéis o espírito de diocese, recomendado pelo Concílio, isto é, a consciência de que os baptizados formam uma «comunidade de fé, animada pelo Espírito Santo, alimentada pela Palavra e pela Eucaristia e governada por um Bispo, na qual se manifesta a Igreja de Cristo, una santa católica e apostólica». Das três comunidades cristãs fundamentais em que estamos inseridos - família, paróquia e diocese – a família é a mais natural, a paróquia é a mais próxima, a diocese é a mais rica teologicamente e a única que pode chamar-se «igreja». A paróquia durante séculos não existia e só se entende em comunhão estreita com o bispo diocesano, de que o pároco é um «cooperador». A própria construção da família cristã requer um pronunciamento do bispo sobre a liberdade dos noivos e a sua capacidade. Nas três comunidades o fiel católico deve ser um membro activo e não mero consumidor de actos ou serviços religiosos procurados pontualmente, junto dos padres e leigos.
2-Todos os anos há um tema específico a ser estudado e, como estamos no Ano Paulino, o tema será «Paulo na Igreja e a Igreja em Paulo», havendo tarefas específicas para jovens e para adultos.A equipa organizadora convida os jovens e os pais a levarem consigo também os filhos pequenos, pois haverá pessoas e lugares escolhidos para cuidarem deles enquanto os adultos e os jovens se ocupam das tarefas que lhes estão destinadas.
3-A liturgia prescreve para esse Domingo a solenidade obrigatória da Santíssima Trindade, devendo introduzir-se na «Oração Universal» uma intenção específica «Pela nossa Diocese de Vila Real, para que, unida ao seu Pastor e alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, seja entre nós sacramento de salvação e fermento de um mundo novo». Deste modo, mesmo aqueles fiéis que permaneçam nas suas paróquias viverão a Eucaristia em espírito diocesanoExcepcionalmente, os responsáveis políticos marcaram para esse dia «as Eleições Europeias». Por esse motivo, os cristãos eleitores deverão satisfazer esse direito e dever na sua terra antes de se deslocarem para Murça. Esta celebração pode e deve ser um meio pastoral para a educação da fé católica.
Vila Real, 6 de Maio de 2009
Joaquim Gonçalves, Bispo de Vila Real

09 maio, 2009

VALORIZAR A VIDA -SEMANA DA VIDA-

Tantas vezes não valorizamos a vida, como deveríamos valorizar. Tudo passa tão rápido, sem percebermos o que é realmente importante para nós. Se prestássemos mais atenção nos detalhes de cada dia, não viveríamos tão sobrecarregados com tantas preocupações. Muitas vezes não temos a noção disso, só quando perdemos algo de facto.

Deus costuma usar a solidão para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer nos mostrar a importância da aventura e do abandono. Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar sobre a responsabilidade do que dizemos. Às vezes usa o cansaço, para que possamos compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo, para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos compreender o valor do ar. Outras vezes usa a morte, quando quer nos mostrar a importância da vida". (Fernando Pessoa)

MENSAGEM DE BENTO XVI - A VIDA

Bento XVI destacou hoje a importância da Vida Consagrada na Igreja e na sociedade, classificando os consagrados como “sentinelas que anunciam a vida nova já presente na história”.
O Papa celebrou a esta hora, na Basílica de São Pedro, a Jornada da Vida Consagrada, com os religiosos e religiosas da Diocese de Roma, na Missa da Festa da Apresentação do Senhor.Durante a homilia da celebração, Bento XVI sublinhou que esta “é uma ocasião oportuna para louvar o Senhor pelo dom inestimável que representa a Vida Consagrada nas suas diferentes formas”. Esta é ainda, segundo o Papa, “um estímulo para promover em todo o povo de Deus o conhecimento e a estima por quem se consagrou totalmente a Deus”.“Assim como, de facto, a vida de Jesus, na sua obediência e doação ao Pai, é parábola viva do ‘Deus connosco’, assim também a doação concreta das pessoas concretas a Deus e aos irmão se torna um sinal eloquente da presença do Reino de Deus para o mundo de hoje”, precisou.Nesse sentido, disse aos religiosos e religiosas, “o vosso modo de vida manifesta, sem atenuantes, a plena pertença ao único Senhor; a vossa entrega completa nas mãos de Cristo e da Igreja é um forte e claro anúncio da presença de Deus numa linguagem compreensível mesmo para os nossos contemporâneos”.“Este é o primeiro serviço que a Vida Consagrada presta à Igreja e ao mundo”, acrescentou.Deixando um voto especial para esta Jornada, o Papa pediu que “o Senhor renove, todos os dias, em todas as pessoas consagradas, a resposta alegre ao seu amor fiel e gratuito”.Bento XVI comentou, na sua homilia, o episódio da apresentação de Jesus no templo e o encontro com Simeão e Ana, que “reconhecem naquela criança o Messias tão aguardado e profetizado”.

08 maio, 2009

PROGRAMA DO DIA DA DIOCESE

Com um novo formato, este ano, o Dia da Diocese, espera em Murça, congregar milhares de pessoas de toda a Diocese.
Programa
Sexta feira – Dia 5 de Junho
21.00 – Exposição sobre São Paulo
22.00 – Concerto: Capella Douro
Sábado – Dia 6 de Junho
21.00 – Vigília para escuteiros – Caminheiros
Domingo – Dia 7 de Junho
09.00 – Acolhimento (as crianças terão um espaço próprio com actividades infantis ligadas ao Dia da Diocese)
10.00 – Palestra: S. Paulo e a Igreja e a Igreja em S. Paulo!
10.45 – Divisão dos participantes por grupos estruturados:
Adultos – workshops
Jovens – cidades de São Paulo
Escuteiros - caminhada com S. Paulo
13.00 – Almoço
14.30 – Arruada da Banda Marcial de Murça
15.00 - Início da Procissão
15.30 – Eucaristia
16:45 – Comunicado Final
17.00 – Concerto de Bandas

30 abril, 2009

DIA DA DIOCESE - MURÇA



Este ano o Dia da Diocese irá decorrer em Murça, a 7 de Junho de 2009. Há 15 anos que este encontro festivo diocesano se realiza no primeiro Domingo de Junho, numa vila ou cidade da Diocese de Vila Real. É um dia em que se pretende avivar o sentido de Igreja diocesana, numa diocese ainda jovem.
Na passada Terça-feira, os sacerdotes da zona pastoral, chamada Douro II – Concelhos de Alijó e Murça – apresentaram à comunicação social o programa para este dia. Como a Igreja está a celebrar o ano Paulino o lema será “S. Paulo e a Igreja e a Igreja em S. Paulo!”.

A organização está a desenvolver um site( http://www.diadadiocese.pt.vu/), onde o programa é apresentado com detalhe. O programa está repleto de surpresas e actividades que o Arciprestado Douro II, com júbilo e empenho, preparou para este dia.

Com um novo formato, este ano, o Dia da Diocese, espera em Murça, congregar milhares de pessoas de toda a Diocese.

Os sacerdotes do Douro II

27 abril, 2009

A PARTICIPAÇÃO DO FIÉIS LEIGOS NA CELEBRAÇÃO DA EUCARISTIA


1. Uma participação activa e consciente. A celebração da Missa, enquanto acção de Cristo e da Igreja, constitui o centro de toda a vida cristã para a Igreja, tanto universal como particular, e para cada um dos fiéis que, «de diverso modo afecta, conforme a diversidade de ordens, de tarefas e da participação efectiva. Assim, o povo cristão, “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo que Deus adquiriu para si”, manifesta a sua ordem coerente e hierárquica». «O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico, embora difiram essencialmente e não somente de grau, ordenam-se, contudo, um ao outro; com efeito, um e outro, cada qual a seu modo, participam do único sacerdócio de Cristo». Todos os fiéis, libertados dos seus pecados e incorporados na Igreja pelo Baptismo, estão habilitados para o culto da religião cristã pelo carácter que lhes foi impresso, a fim de que, em virtude do seu sacerdócio real, perseverando na oração e louvando a Deus, se ofereçam a si próprios como vítima viva, santa, agradável a Deus e provada em todas as suas acções, dêem por toda a parte testemunho de Cristo e dêem a quem o pedir razão da esperança da vida eterna que os habita. Portanto, também a participação dos fiéis leigos na celebração da Eucaristia e dos outros ritos da Igreja não pode reduzir-se a uma mera presença, para mais passiva, mas deve considerar-se um exercício verdadeiro da fé e da dignidade baptismal. A doutrina constante da Igreja sobre a natureza não apenas convivial, mas também e sobretudo sacrificial da Eucaristia, deve ser justamente considerada como uma das principais chaves para a plena participação de todos os fiéis num tão grande sacramento. «Despojado do seu valor sacrificial, o mistério será vivido como se não ultrapassasse o sentido e o valor de um qualquer encontro convivial e fraterno». Para promover e realçar a participação activa, a recente reforma dos livros litúrgicos favoreceu, segundo as intenções do Concílio, as aclamações do povo, os diálogos, a salmodia, as antífonas, os cantos, bem como as acções ou gestos e as atitudes do corpo, e esforçou-se por fazer observar em devido tempo o silêncio sagrado, prevendo nas rubricas também as partes relativas aos fiéis. Além disso, dá-se um amplo espaço a uma apropriada liberdade de adaptação fundada no princípio de que cada celebração corresponda às necessidades, capacidade, preparação do espírito e índole dos participantes, segundo as faculdades estabelecidas pelas normas litúrgicas. Na escolha dos cantos, das melodias, das orações e das leituras bíblicas, na homilia a fazer, na composição da oração dos fiéis, nas monições a proferir e no modo de ornamentar a igreja de acordo com os vários tempos, existe uma ampla possibilidade de introduzir em cada celebração uma certa variedade que contribua para tornar ainda mais evidente a riqueza da tradição litúrgica e para conferir cuidadosamente uma conotação particular à celebração, tendo em conta as exigências pastorais, de modo a favorecer a interioridade dos participantes. No entanto, é bom recordar que a eficácia das acções litúrgicas não reside na modificação frequente dos ritos, mas no aprofundamento da Palavra de Deus e do mistério celebrado.Todavia, embora a celebração da Liturgia possua indubitavelmente esta nota da actividade de todos os fiéis, daí não se segue, como por dedução lógica, que todos devam materialmente realizar algo para além dos gestos previstos e das atitudes do corpo, como se cada um devesse necessariamente realizar uma tarefa litúrgica específica. Esforce-se a formação catequética por corrigir cuidadosamente as noções e hábitos superficiais que nesta matéria se têm difundido aqui e ali nos últimos anos e faça despertar sempre nos fiéis um renovado sentido de grande admiração perante a profundidade do mistério de fé que é a Eucaristia, em cuja celebração a Igreja continuamente passa «do velho ao novo». Com efeito, na celebração da Eucaristia, como, aliás, em toda a vida cristã que dela extrai a sua força e para ela tende, a Igreja, como o Apóstolo São Tomé, prostra-se em adoração diante do Senhor crucificado, morto, sepultado e ressuscitado «na plenitude do seu esplendor divino, e incessantemente exclama: “Meu Senhor e meu Deus!”». Para suscitar, promover e alimentar este sentido interior da participação litúrgica são particularmente úteis a celebração assídua e difundida da Liturgia das Horas, o uso dos sacramentais e os exercícios da piedade popular cristã. Este tipo de exercícios «que, embora em rigor de direito, não pertençam à Sagrada Liturgia, revestem-se, contudo, de especial importância e dignidade, devendo ser conservados pelo estreito vínculo que têm com o ordenamento litúrgico, sobretudo quando são louvados e aprovados pelo próprio Magistério, como é especialmente o caso da oração do terço. Ademais e como estas práticas de piedade guiam o povo cristão para a participação nos sacramentos e de modo particular na Eucaristia, «e bem assim para a meditação dos mistérios da nossa redenção e para a imitação dos exemplos insignes dos santos no céu, então, elas tornam-nos participantes do culto litúrgico não sem fruto de salvação». É necessário compreender que a Igreja não se reúne por vontade humana, mas é convocada por Deus no Espírito Santo, e responde pela fé à sua vocação gratuita (de facto, o termo ekklesía remete para klesis, que significa «chamamento»). Nem o Sacrifício Eucarístico deve ser considerado como «concelebração» em sentido unívoco do Sacerdote juntamente com o povo presente. Pelo contrário, a Eucaristia celebrada pelos Sacerdotes é um dom «que supera radicalmente o poder da assembleia [...]. A comunidade que se reúne para a celebração da Eucaristia necessita absolutamente de um Sacerdote ordenado que a ela presida para poder ser verdadeiramente assembleia eucarística. Por outro lado, a comunidade não está em condições de, por si só, se dar a si própria o ministro ordenado». É absolutamente necessária a vontade comum de evitar toda a ambiguidade nesta matéria e remediar as dificuldades surgidas nos últimos anos. Portanto, usem-se com todo o cuidado locuções como «comunidade celebrante» ou «assembleia celebrante» ou, noutras línguas modernas, «celebrating assembly», «asamblea celebrante», «assemblée célébrante» e outras semelhantes.2. As funções dos fiéis leigos na celebração da Missa43. É justo e louvável que, para o bem da comunidade e de toda a Igreja de Deus, alguns fiéis leigos, segundo a tradição, desempenhem algumas tarefas relacionadas com a celebração da Sagrada Liturgia. Convém que sejam várias as pessoas a distribuir entre si essas tarefas ou a desempenhar os diversos ofícios ou as várias partes do mesmo ofício. Além dos ministérios instituídos do acólito e do leitor, entre os referidos ofícios particulares, há os do acólito e o do leitor por encargo temporário, aos quais se acrescentam outras funções descritas no Missal Romano, e ainda as tarefas de preparar as hóstias, de lavar os panos de linho e semelhantes. Todos, «tanto ministros ordenados como fiéis leigos, exercendo o seu ministério ou ofício, realizem tudo e só o que lhes compete» e, tanto na própria celebração litúrgica como na sua preparação, façam com que a Liturgia da Igreja se realize com dignidade e decoro. Deve evitar-se o risco de obscurecer a complementaridade entre a acção dos clérigos e a dos leigos, submetendo o papel dos leigos a uma espécie, como se costuma dizer, de «clericalização», ao mesmo tempo que os ministros sagrados assumem indevidamente tarefas que são próprias da vida e da acção dos fiéis leigos. Convém que o fiel leigo chamado a prestar a sua ajuda nas celebrações litúrgicas seja devidamente preparado e se distinga pela vida cristã, pela fé, pela conduta e pela fidelidade ao Magistério da Igreja. É bom que ele receba uma formação litúrgica adequada, de acordo com a sua idade, condição, género de vida e cultura religiosa. Não se escolha ninguém cuja designação possa causar surpresa entre os fiéis.É altamente louvável que se mantenha o benemérito costume de estarem presentes crianças ou jovens, habitualmente chamados «ministrantes» [acólitos, «meninos de coro»], que prestem serviço junto do altar como acólitos e tenham recebido, segundo a sua capacidade, uma oportuna catequese sobre a sua função. Não se deve esquecer que destes rapazinhos saiu ao longo dos séculos um notável número de ministros sagrados. Instituam-se ou promovam-se para eles associações, com a participação e ajuda também dos seus pais, de modo que com elas se providencie aos ministrantes um cuidado pastoral mais eficaz. Quando essas associações assumirem carácter internacional, competirá à Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos erigi-las ou examinar e aprovar os seus estatutos. A esse serviço do altar podem admitir-se meninas ou mulheres, segundo o parecer do Bispo diocesano e no respeito pelas normas estabelecidas.

25 abril, 2009

Papa anuncia que Nuno Álvares Pereira será canonizado a 26 de Abril

O Papa Bento XVI anunciou hoje a canonização este ano de dez beatos, entre os quais o carmelita português Nuno de Santa Maria Álvares Pereira.
Nuno Álvares Pereira é um dos cavaleiros portugueses mais conhecidos da nossa história, não só pela sua bravura, mas por toda a história da sua vida.Filho de uma família fidalga, Nuno Álvares Pereira nasceu a 24 de Julho de 1360 e tinha pouco mais de 20 anos quando se deram as suas grandes aventuras contra os exércitos castelhanos.
Com apenas 13 anos entrou para a corte do rei D. Fernando, sendo então escolhido para ser escudeiro da rainha D. Leonor Teles ao mesmo tempo que aprendia tudo sobre a guerra e as armas com um tio. Pouco tempos depois foi logo armado cavaleiro.Casou-se com apenas 16 anos. Pois, nesse tempo era mesmo assim! Casou-se por conveniência dos pais em 1376, com D. Leonor de Alvim. Também esta situação era muito comum na época.Entre 1383 e 1385 liderou o exército português a várias vitórias, sendo as mais conhecidas as da Batalha de Aljubarrota e da Batalha dos Atoleiros, onde usou a técnica do quadrado.Nunca perdeu uma batalha que fosse liderada por si. Conta-se que a sua espada, que tinha o nome de Maria gravado, lhe dava a devida protecção.

21 abril, 2009

Dia da Diocese em Murça - Salve

A 7 de Junho de 2009, a Igreja de Vila Real, reúne-se em Murça para celebrar o seu dia diocesano. Será paraticamente o encerramento do ano paulino.Em nome dos cristãos de Murça quero, desde já, dar as boas vindas e dizer que é com muita expectativa e alegria que estamos à vossa espera.Com a hospitalidade que nos é propria e com o amor de que formos capazes, tudo faremos para que esse dia seja para ti de maior comunhão com a Igreja de Jesus Cristo.

O Senhor esteja contigo e a sua Graça te acompanhe.
Um abraço.
Padre Sérgio Dinis

20 março, 2009

VIDA DE SÃO PAULO


Paulo nasceu entre o ano 5 e 10 da era cristã, em Tarso, capital da Cilícia, na Ásia Menor, cidade aberta às influências culturais e às trocas comerciais entre o Oriente e o Ocidente. Descende de uma família de judeus da diáspora, pertencente à tribo de Benjamim, que observava rigorosamente a religião dos seus pais, sem recusar os contactos com a vida e a cultura do Império Romano.
Os pais deram-lhe o nome de Saul (nome do primeiro rei dos judeus) e o apelido Paulo. O nome Saul passou para Saulo porque assim era este nome em grego. Mais tarde, a partir da sua primeira viagem missionária no mundo greco-romano, Paulo usa exclusivamente o sobrenome latino Paulus.
Recebeu a sua primeira educação religiosa em Tarso tendo por base o Pentateuco e a lei de Moisés. A partir do ano 25 d.C. vai para Jerusalém onde frequenta as aulas de Gamaliel, mestre de grande prestígio, aprofundando com ele o conhecimento do Pentateuco escrito e oral.
Aprende a falar e a escrever aramaico, hebraico, grego e latim. Pode falar publicamente em grego ao tribuno romano, em hebraico à multidão em Jerusalém (Act 21,37.40) e catequizar hebreus, gregos e romanos.
Paulo é chamado “o Apóstolo” por ter sido o maior anunciador do cristianismo depois de Cristo. Entre as grandes figuras do cristianismo nascente, a seguir a Cristo, Paulo é de facto a personalidade mais importante que conhecemos. É uma das pessoas mais interessantes e modernas de toda a literatura grega, e a sua Carta aos Coríntios é das obras mais significativas da humanidade.
Escreveu 13 cartas às igrejas por ele fundadas: cartas grandes: duas aos tessalonicenses; duas aos coríntios; aos gálatas; aos romanos. Da prisão: aos filipenses; bilhete a Filémon; aos colossenses; aos efésios. Pastorais: duas a Timóteo e uma a Tito.
Quando estava preso em Cesareia, Paulo apela para César e o governador Festo envia-o para Roma, aonde chegou na Primavera do ano 61. Viveu dois anos em Roma em prisão domiciliária. Sofreu o martírio no ano 67, no final do reinado de Nero, na Via Ostiense, a 5 quilómetros dos muros de Roma.
A CONVERSÃO
Ainda adolescente, sem idade para poder apedrejar, assistiu ao martírio do diácono Estêvão, o primeiro mártir da Igreja. (Act 8,1).
Paulo, hebreu convicto, perseguia os cristãos porque os considerava como hereges, como uma seita contrária à verdadeira fé, que ameaçava a autoridade religiosa do judaísmo.
No ano 35, quando Saulo tinha cerca de 30 anos, na sua luta contra os cristãos chefia um grupo que vai galopando para Damasco, com autorização dos sumos sacerdotes, para eliminar um grupo de cristãos e levar os seus chefes algemados para Jerusalém.
Paulo diz que no caminho, já próximo de Damasco, se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu e lhe apareceu Cristo Ressuscitado, que lhe disse: «Saulo, Saulo, porque Me persegues?» Saulo perguntou: «Quem és Tu, Senhor?» A voz respondeu: «Eu sou Jesus a quem tu persegues. Agora levanta-te, entra na cidade e e aí te dirão o que deves fazer» (Act 9,1-7). Perseguindo os membros da Igreja, Paulo estava a perseguir Cristo que é a sua Cabeça.
Após o diálogo com Cristo Ressuscitado, Paulo, de perseguidor dos cristãos torna-se um homem novo, o mais ardente missionário do Evangelho, que irá dedicar o resto da sua vida a Cristo, numa contínua identificação com Ele ao ponto de poder dizer: «Para mim viver é Cristo» (Fl 1-21); «Já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim.» (Gl 2,20)
Desde aquele momento começa para Paulo uma nova etapa da vida, uma grande aventura que o levará por montes, desertos, mares, aldeias e cidades do Mediterrâneo Oriental, e que terminará em Roma com o martírio.
CHAMADO POR DEUS
Ananias, sacerdote hebreu-cristão, faz a iniciação cristã de Paulo e administra-lhe o Baptismo (Act 9,18). Jesus, falando de Paulo, disse a Ananias: «Esse homem é um instrumento que escolhi para anunciar o meu Nome aos pagãos, os reis e ao povo de Israel. Eu vou mostrar a Saulo quanto ele deve sofrer por causa do meu Nome.» (Act 9,15-17)
Paulo, sempre atento à voz de Deus, é conquistado por Cristo. Reconhece que está no caminho errado e decide pronta e corajosamente mudar de rumo.
Depois de catequizado por Ananias, Paulo fez algumas tentativas missionárias entre os judeus que viviam em Damasco, mas passado pouco tempo teve de fugir e retirar-se durante algum tempo para o deserto da Arábia, situado entre o rio Jordão e o Eufrates. Paulo terá dedicado este tempo à sua formação, a interpretar em sentido cristão a leitura rabínica da Bíblia e as tradições religiosas de Israel.
Depois encontramo-lo novamente em Damasco «durante muitos dias» (Act 9,23) a pregar aos hebreus; mas as hostilidades, que vão aumentando contra ele, obrigam-no a fugir de noite, às escondidas.
Paulo decide então ir a Jerusalém para se encontrar com Pedro (Gl 1,19) e segundo esta mesma carta este primeiro tempo de actividade cristã de Paulo durará 3 anos, ou seja, até ao ano 38 d. C.
Em Jerusalém, não obstante a amizade de Pedro e de Barnabé, Paulo sofre a contínua hostilidade dos hebreus gregos e é aconselhado a regressar a Tarso, sua cidade natal (Act 9,29s; Gl 1,21). Uma apari- ção de Jesus no Templo de Jerusalém fez-lhe compreender claramente, naqueles dias, que deveria ser o Apóstolo das gentes. (cf. Act 22,17s)
No Concílio de Jerusalém recebe a missão de anunciar Jesus Cristo ao mundo pagão, a todos os povos (cf. Gl 2,7-9). É a esta missão que ele vai dedicar toda a sua vida, animado por um apaixonado amor a Cristo. Vai anunciar o Evangelho nas grandes cidades do Mediterrâneo, e fundar Igrejas, comunidades de homens e mulheres, livres ou escravos, judeus, gregos ou gentios que crêem em Cristo, que O amam e observam os seus mandamentos. A sua missão não é fácil. O seu passado de perseguidor da Igreja não lhe permite eliminar todas as suspeitas sobre a sua sinceridade e idoneidade. A sua vontade de procurar sempre o essencial da fé, choca com aqueles que querem misturar todas as religiões e criar novas exigências da Lei.
Perseguido pelos seus antigos colegas, tem de fugir para o deserto da Arábia para se encontrar com Deus e amadurecer a sua vocação.
O PENTATEUCO - LEI DE DEUS
Para todo o israelita e para Paulo, a Lei era Luz, sabedoria, justificação e salvação, o seu orgulho e sustentáculo. Para Paulo a Lei foi apenas um mestre que formava e educava com os seus preceitos. Inicialmente esculpida por Moisés em pedras, era exterior ao homem, que depois a interiorizava através do estudo e observância rigorosa.
Na Nova Aliança estabelecida por Cristo, com a sua morte e ressurreição, é o próprio Deus que infunde uma «lei nova» no coração do homem, dando-lhe o seu Espírito. (Jr 31-33; Ez 36,26)
A Lei Nova, que substitui a Lei Antiga, é um dom de Deus que o homem deve acolher através da fé. É a acção de Deus no homem que O acolhe e a Ele se abre.
A SALVAÇÃO VEM DE DEUS
Anuncia Jesus Cristo, partindo de Abraão, e mostra os desígnios de Deus através de Moisés e dos Profetas. Parte da contemplação das maravilhas do cosmo para chegar a Deus, seu princípio e inteligência ordenadora.
Paulo afirma que a salvação não é conquistada pelo esforço e empenho do homem, mas é dom gratuito de Deus. O Espírito de Deus e de Cristo é que se apodera do homem e se torna o seu guia interior e inspirador, no caminho indicado por Jesus. No concílio dos Apóstolos, em Jerusalém, reconhece-se que a salvação só vem de Jesus e do seu Espírito, e que não é necessário impor aos convertidos do paganismo a circuncisão e a observância de outras práticas hebraicas da lei de Moisés. (Gl 2,7-9)
Para Paulo a salvação vem de Deus, através de Jesus Cristo, e não através da lei de Moisés.



JESUS CRISTO PARA PAULO
Para Paulo Jesus Cristo veio ocupar o lugar que o Pentateuco (Lei) ocupava na sua mente e coração dos judeus. A Lei Nova substitui a Lei Antiga.
Jesus é para ele o fim da Lei, é a Nova Aliança, a nova criação, é o único mediador da justificação e salvação do homem.
Em 2Cor 5,18-19, Paulo escreve: «Tudo isto vem de Deus, que nos reconciliou consigo por meio de Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação.»
Em Rm 1,4 Paulo afirma: «A promessa a Abraão concretizou-se em Cristo, constituído Filho de Deus com o poder do Espírito de santificação, através da ressurreição dos mortos». Jesus Cristo é a sua vida, a sua esperança, o seu apoio, o seu modelo de vida, o seu Senhor e meta. (cf. Gl 2, 19-20)
Jesus Cristo é o seu ponto de referência; é com Ele que relaciona todo o seu ser.
Tudo sacrificou por Cristo. Para ele o viver é imitar Cristo, cristificar-se, anunciá-l’O e servi-l’O. Em Ef 1,10 Paulo escreve: «Deus estabeleceu reunir todas as coisas em Cristo, uni-las a Ele como Cabeça da qual recebem orientação e força».
Jesus Cristo aparece como a razão profunda da história e do futuro do homem: «Cristo, a glória esperada, está em vós.» (Cl 1,27)
Jesus Cristo é o fundamento em que se apoia, é o sangue que o faz viver, o modelo que ele procura imitar, é a meta que procura alcançar.
Jesus faz nascer nele o ser novo, a «nova criatura» e o «homem interior». (2Cor 4,16)
O CENTRO DE PREGAÇÃO DE PAULO
Jesus Cristo estava sempre diante dos seus olhos e no seu coração. Aplica a Jesus Cristo tudo o que São João, no início do seu Evangelho, aplica ao Logos. Transfere para Cristo todas as qualificações fundamentais do Pentateuco. Assim, para Paulo, Jesus Cristo é vida, luz, sabedoria, salvação, norma de vida, água viva, fonte de graça e de justificação, Criador do Universo, Filho de Deus, que encarnou por obra do Espírito Santo.
Passou a ter com Cristo a relação que tinha com o Pentateuco.
O credo de Paulo é estar com Cristo, viver com Cristo, entrar em comunhão com Cristo, participar no mistério da sua morte e ressurreição, receber o Espírito Santo, conformar-se a Jesus (cristificar-se), unir-se a Jesus e seguir os seus passos até ao ponto de dar a vida, crer na sua Ressurreição.
Nas suas cartas, Paulo afirma que Jesus Cristo está vivo e reconcilia os homens através do Espírito Santo. Cristo traz a salvação ao mundo. A reconciliação dos homens com Deus e entre si é possível e já começou. É através da Igreja que se realiza esta reconciliação.

02 março, 2009

MENSAGEM PARA A QUARESMA DOS BISPOS DE VILA REAL






Viver a Quaresma com S. Paulo
Estimados diocesanos:
1 - Sentimos alguma inibição em redigir esta mensagem quaresmal, tantas são já as dificuldades das pessoas e das famílias. Mas, na história da salvação, essas dificuldades são um apelo a uma reflexão pessoal e colectiva e a Quaresma é o tempo propício para isso. Aliás, essas dificuldades frequentemente nasceram da ausência de espírito quaresmal das pessoas e das instituições.
O objectivo geral da Quaresma é ensinar-nos a colocar a Páscoa no centro da nossa vida, da vida da Igreja, de todos os Domingos e dos sacramentos.
Neste ano S. Paulo será nosso guia.
É sabido que Saulo se converteu por uma aparição de Jesus Ressuscitado que, de repente, lhe fez compreender o seu mistério da sua morte, e Paulo fez desse mistério o centro da sua vida pessoal e das suas comunidades, proclamando que «nada mais sabe a não ser Jesus Cristo e Cristo crucificado», que «traz no seu corpo as chagas de Jesus», que «é nas fraquezas que se manifesta o poder da graça».
Nas suas cartas Paulo fala da morte e ressurreição como inseparáveis, e aí vai buscar a alegria do Baptismo, a força do Espírito Santo (Crisma), o segredo da «fracção do pão» (Eucaristia), o perdão dos pecados (Reconciliação), o conforto dos Doentes, o ministério dos pastores da Igreja (Ordem), a beleza do Matrimónio, a base da Virgindade consagrada e do Celibato, a esperança dos Defuntos, o sentido da colecta em favor dos pobres, a coragem no dia-a-dia, a dignidade do corpo, da sexualidade e do matrimónio, a maldade da escravidão, e aí encontrará força para aceitar contrariedades, riscos e fracassos, sentir a paz na doença, nas prisões e no martírio.
2 - A tentação de separar a morte da ressurreição já existia no tempo de S. Paulo.
Eram os «inimigos da cruz de Cristo» (Filip. 3,18), que sonhavam com uma religião fácil e harmonizada com a sabedoria do mundo, que podemos chamar uma Páscoa sem Quaresma. Sem uma Quaresma de conversão, a Páscoa reduzir-se-ia a uma vulgar festa religiosa e social e o cristão a um homem de romarias, sem oração nem sacramentos, com uma vida de casado sem humildade nem perdão, e uma educação dos filhos sem exigências, a fazer uma catequese sem missa.
Para a educação da centralidade da integridade do mistério pascal aconselha-se a colocar em relevo, durante a Quaresma, o Crucifixo pascal, nas igrejas e nas casas de família, nas escolas e nos lares de idosos, e a venerar os cruzeiros dos largos públicos. As mães e educadores estejam atentas aos gestos, desenhos e sentimentos das crianças e ensinem-nas a fazer com afecto o sinal da cruz como sinal de Jesus morto e ressuscitado, retirando-lhes o medo inicial que possam sentir. Também o adorno discreto do corpo com uma cruz pode ser educativo.
3 - Um exercício fundamental na Quaresma é ouvir a Palavra de Deus e, a partir dela, rever a vida pessoal e colectiva e descobrir o sentido dos acontecimentos do mundo, tornando-os redentores.
Perceberemos que só Deus é o Criador e Senhor da vida e que, fora dos seus caminhos, será em vão que se constrói a cidade ainda que usem processos chamados democráticos. Descobriremos a realidade do que se dizia ter desaparecido há muito - o pecado. O pecado não é um fantasma ao lado da vida, mas são os próprios actos humanos e sociais que se apresentam disfarçados com os nomes civis de crises sociais, liberdades, autonomia pessoal e relativismo. A palavra de Deus descobre-lhes o rosto e chama-lhes «pecado», «estruturas de pecado» a pedirem mudança de vida. Para despertar a atenção, convém colocar de modo visível, no interior da igreja e em casa, uma Bíblia, e ler os textos paulinos fundamentais.
A seguir, rezar mais e melhor, sozinho e em grupo, em família e na igreja, pedindo perdão pelo mal que se fez e pelo bem que se omitiu, luz para ver o caminho a percorrer e coragem para agir. Da oração quaresmal farão parte a Missa, a Reconciliação e a Via-Sacra.
4 - Outro exercício da Quaresma é a partilha de alguns bens com aqueles que têm menos que nós, como vem no Evangelho e na acção de S. Paulo. O jejum cristão não é dieta de elegância e moda, de estética e desporto, de terapia ou convalescença, e muito menos desprezo pelo corpo ou sinal de tristeza, mas um gesto de amor às pessoas e comunidades cristãs, retirando algo da nossa boca para as ajudar. O jejum cristão é o que Jesus dizia dever ser acompanhado de «perfume no rosto», a alegria espiritual. O jejum quaresmal ensinar-nos-á também a pôr ordem na vida pessoal, a evitar uma certa «vadiagem» de comportamento, a ser senhores da nossa vontade, a disciplinar o tempo, a saber viver na pobreza e na abundância, a dispensar televisão e bailes e a Internet, dizendo como Paulo, «disciplino o meu corpo e mantenho-o na obediência», «completo na minha carne o que falta à Paixão de Cristo em favor do seu corpo que é a Igreja». Os párocos organizarão a colecta oficial e a recolha da renúncia quaresmal num Domingo da Quaresma, cujo produto será entregue, em partes iguais, às duas obras diocesanas, ao «Projecto Homem» e à associação diocesana «Via Nova», dedicadas respectivamente, ao serviço de recuperação de jovens toxicodependentes e à formação de adolescentes em risco. Com S. Paulo, desejamos que esta Quaresma proporcione uma maior intimidade com Jesus morto e ressuscitado, e assim nos prepare para celebrar com alegria a Páscoa do Senhor. Com dedicação e estima pessoal,

Bispo de Vila Real, Joaquim Gonçalves,
Bispo Coadjutor, Amândio José Tomás.

26 fevereiro, 2009

A Quaresma -"Quarta-feira de Cinzas"

A cada ano, com a chamada «Quarta-Feira de Cinzas», os católicos iniciam o tempo da Quaresma, tempo no qual a liturgia da Igreja Católica nos convida a uma reflexão e actuação sobre as nossas vidas, sobre o seu sentido, a sua origem, a sua missão, o seu destino último.
Trata-se, portanto, de um tempo «forte» para a metanoia ou «conversão» que – em teologia e vida cristã – significa uma adequação de nosso ser, existir e actuar à própria vida de Jesus Cristo, ao seu evangelho, aos seus valores, às suas convicções, à sua proposta de vida: gastar a vida ao serviço do evangelho, ou seja, a favor dos outros, especialmente dos mais necessitados, para obter a vida eterna, a vida feliz, a vida plena.
Por isso, a Quaresma é um caminho bíblico, pastoral, litúrgico e existencial, para cada crente, pessoalmente, e para a comunidade cristã em geral, que começa com as cinzas e conclui com a noite da luz, a noite do fogo e da luz: a noite santa da Páscoa de Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Quaresma simboliza, assinala e recorda um «passo», uma Páscoa, um itinerário a seguir de maneira permanente: a passagem do nada à existência, das trevas à luz, da morte à vida, do insignificante à vida abundante em Deus, por meio de seu Filho Jesus Cristo. E é que converter-nos significa destruir, deixar para trás, queimar, tornar cinzas o «homem velho», o homem-sem-Cristo, para revestir-nos do homem «novo», o homem-no-espírito, que é fogo novo no mundo.
Na quarta-feira de Cinzas, enquanto o sacerdote impõe as cinzas ao penitente, diz estas duas expressões alternadamente: «Convertei-vos e acreditai no Evangelho» e/ou «Lembra-te homem, que és pó da terra e à terra hás-de voltar». Sinal e palavras que expressam a nossa condição de criaturas, a nossa absoluta dependência de Deus, o nosso peregrinar rumo a uma pátria definitiva, a nossa caducidade…
A Quarta-Feira de Cinzas em particular e a Quaresma em geral, são um tempo litúrgico e um convite a voltar nosso olhar e vida para Deus e aos princípios do Evangelho. Assim, se a Quaresma é tempo para a conversão, para melhorar no processo de humanização pessoal e comunitário, então a Quaresma coincide com a própria vida de todo crente, com o ser e missão de toda a Igreja e com a vocação da comunidade humana inteira.
A Quaresma é um convite a mudar aquilo que temos de mudar, na busca de ser melhores e mais felizes, um convite a construir em vez de destruir e a olhar e voltar para formas de vida mais justas, mais solidárias, mais humanas. A Quaresma é um convite a buscar diligentemente novas formas de ser e fazer Igreja, sendo melhores e mais autênticos discípulos do Crucificado Ressuscitado.
O tempo litúrgico da Quaresma – como a nossa própria existência – é percorrido com o olhar dirigido para a Páscoa da Ressurreição e para a Páscoa definitiva em Deus. Páscoa de vida abundante que se opõe a toda forma de discriminação e de envelhecimento do ser humano, da sua dignidade, a toda forma de atropelo e violência, a toda forma de mentira, maldade e morte, a toda forma de corrupção e divisão, a toda forma de marginalização e opressão. Porque a Páscoa, como ponto de chegada, cume e superação da Quaresma, é absoluta novidade de vida, da vida abundante que Deus nos oferece e à qual Deus nos convida neste tempo e em todo momento.
Pe. Sérgio Dinis

23 fevereiro, 2009

A QUARESMA

A Quaresma começa na Quarta-feira de cinzas e termina no Domingo de Ramos, dia em que se inicia a Semana Santa.
Durante este tempo fazemos um esforço para recuperar o ritmo e o jeito de viver de autênticos cristãos. É assim que preparamos a Celebração do mistério pascal.

MUDANÇA DE VIDA
A Igreja exorta-nos a escutar a Palavra de Deus, que nos convida a seguir Jesus Cristo, o homem perfeito. Contemplando o jeito de viver de Jesus, vamos percebendo que é no seu seguimento que está a felicidade que buscamos. Este é um tempo propício para conhecermos, amarmos e seguirmos com mais fidelidade a Jesus Cristo.
A Igreja convida-nos também a um amor fraterno com mais qualidade. Este é o tempo de nos libertarmos de ódios e rancores, de egoísmos e maldades, para experimentarmos a alegria de amar e de perdoar, de servir e de fazer o bem. Temos mais uma vez como modelo Jesus Cristo, que por nós deu a vida, antes de alcançar a glória da Ressurreição.

QUARENTA DIAS
A duração da Quaresma está baseada no simbolismo do número 40 na Bíblia. Nesta, fala-se dos 40 anos do caminho do povo de Deus no deserto, dos 40 dias de Moisés e Elias na montanha, dos 40 dias que passou Jesus no deserto.
Este número significa o tempo da nossa vida sobre a terra com provações e sofrimentos. É um tempo em que carregamos a nossa cruz com alegria, na esperança de alcançarmos a glória da ressurreição.

13 fevereiro, 2009

REFLEXÃO DE D. JOAQUIM GONÇALVES SOBRE O ANO PAULINO

«Preparação de futuros quadros»
1 - Na transmissão e herança dos valores e responsabilidades familiares e escolares, há filhos e alunos que vivem do nome e do prestígio dos seus pais e mestres, e, ao contrário, há pais e professores que saem do anonimato pelo nome dos filhos e alunos. Por isso, nuns casos apresentamos alguém dizendo que «é filho ou aluno de determinada pessoa», e, noutros casos, que «aquele homem ou mulher são os pais ou os professores de alguém». Num caso, a luz do passado ilumina o futuro, a água jorra da montanha para o vale; no outro caso, é onda do mar que reflui sobre a nascente.
É isso que acontece com Timóteo e Tito: chamamos-lhes discípulos de Paulo, seus cooperadores e continuadores, Paulo é a referência. A própria Igreja colocou a sua festa no dia a seguir ao 25, dia da conversão de Paulo, como dois ribeiros que prolongam a nascente.
Seguindo este critério, vamos nesta semana falar das «cartas pastorais», que S. Paulo lhes dirigiu.
2 - Timóteo é o nome grego (temente, adorador de Deus) de um homem jovem filho e neto de mulheres judias (a mãe Eunice e a avó Lóide) e de pai grego, não judeu, residentes em Listra (actual Turquia). Quando Paulo por ali passou nas primeiras viagens apostólicas, ao ouvir o testemunho da comunidade acerca dele, levou-o consigo. Para evitar futuros conflitos com os judeus, e embora só a mãe fosse judia, Paulo aconselhou--o a circuncidar-se. Timóteo será o discípulo predilecto de Paulo e acompanhou-o na segunda e terceira viagem. Foi mais tarde enviado em missão especial a Tessalónica, Macedónia e Corinto, e com Paulo é o remetente de seis cartas paulinas. Como era muito novo e algo tímido, Paulo acompanhou-o de perto e, depois da ordenação, aconselhou-o a aprofundar o mistério da sua ordenação, a cultivar a «fortaleza» de espírito, e deu-lhe até orientações sobre a alimentação, recomendando o uso de um pouco de vinho. Acompanhou Paulo no primeiro cativeiro, e, após a libertação, ele mandou-o ficar em Éfeso, a capital da região, a dirigir a comunidade local. Dirigiu-lhe duas cartas, uma delas da Macedónia e outra de Roma, durante o seu último cativeiro, já próximo do martírio. Seria a última carta do Apóstolo. A tradição venera Timóteo como bispo de Éfeso.
Tito é o nome latino de outro discípulo e companheiro de Paulo. Era gentio de nascimento e nunca foi circuncidado, acompanhando Paulo ao concílio de Jerusalém. Mais velho que Timóteo, seria incumbido de uma missão delicada a Corinto, bem sucedida. Compartilhou o segundo cativeiro de Paulo (2 Tim4,20) e, depois de liberto, foi enviado em missão à Dalmácia e fixou--se em Creta como bispo dessa ilha cuja população, de origem fenícia, tinha fama de mau carácter. Ainda hoje chamar «cretino» a alguém é humilhante, e prefere-se dizer «cretense». Paulo enviou-lhe uma carta.
3 - As três «cartas pastorais» não são cartas de índole pessoal mas de natureza pastoral, e por isso a linguagem é semelhante nas três, uma linguagem objectiva e impessoal, ainda que com algumas referências pessoais.
São todas da última fase da vida de Paulo, depois do ano 60. A 1ª carta a Timóteo e a carta a Tito devem ter sido enviadas da Macedónia; a 2ª carta a Timóteo foi a última carta de Paulo, enviada da prisão de Roma já próximo do ano 67, o ano da morte de Paulo. Ao saber que Timóteo andava abatido e desanimado por ver que o Evangelho só trazia sofrimentos, Paulo chamou-o a Roma para o animar e a carta 2Tim contém uma catequese sobre o mistério do sofrimento de Cristo na fé cristã.
O conteúdo geral das três cartas é o mesmo: a vigilância dos Pastores contra as heresias e as doutrinas de falsos doutores da época, e o zelo na organização interna da hierarquia. A exposição é serena e clara. Aparecem aí os termos técnicos de «diáconos», «prebiteros» ou «anciãos», «bispos», «vigilantes», «supervisores». Tais palavras, retiradas da cultura grega, ainda não têm um sentido rigoroso, e dariam origem aos termos actuais de «diácono», «presbítero» e «bispo», os três graus do sacramento da Ordem, com um sentido rigoroso, o que não acontecia no tempo de Paulo em que o sentido era oscilante: «Presbítero» aplicava-se tanto ao «padre» como ao «bispo» de hoje; e «diácono» tinha frequentemente o sentido comum de ajudante, servidor, e, por isso, aplicava-se tanto a homens como a mulheres, as «diaconisas» e «servidoras», incluindo nessa designação as esposas dos diáconos, as que auxiliavam no baptismo de imersão das mulheres e nas reuniões domésticas. Por isso, da linguagem das cartas pastorais nada se pode concluir sobre a «ordenação» de mulheres na Igreja.
4 - Vale a pena ler devagar as três cartas e pela ordem referida. Repare-se na linguagem firme, entrecortada de palavras de grande afectividade: trata os dois como «filhos», pede-lhes especial zelo na doutrina e que não se precipitem em conferir ordens sacras a qualquer homem. A Timóteo recomenda que estude, que reze, e, se tiver de repreender os idosos, o faça com moderação e respeito, que seja reservado no trato com mulheres e firme na disciplina das celebrações. A 2ª carta a Timóteo é a carta do pastor no Outono da vida, repassada de uma ternura adulta, com algumas desilusões mas grato para com os que lutaram com ele pelo nome de Jesus. Refere pelo nome próprio homens e mulheres e fala de objectos pessoais: os «pergaminhos» (a sua «biblioteca pessoal» que contribuiria para a formação do Novo Testamento), o manto ou capote de agasalho nas noites frias da Turquia, nas viagens pelo mar e aconchego no frio das prisões!
Dada esta informação cultural, somos convidados, na fidelidade ao espírito do Ano Paulino, a fazer reflexão pessoal. Como pais, professores, educadores, párocos e padres em geral, responsáveis pelos quadros futuros da Igreja e da sociedade, interroguemo-nos sobre o empenho em preparar os quadros do futuro. Se há o cuidado de observar as pessoas, de escolher e convido pessoalmente, como fez Paulo; se se conhecem os feitios e capacidades pessoais, o que requer proximidade; se se acompanham na sua preparação, na acção e formação permanente.
Além disso, como membro da comunidade cristã, o cristão é chamado a depor sobre os candidatos no processo de ordens: dá-se o testemunho com lealdade ou fica-se no «socialmente correcto»?
Dos objectos de uso pessoal, que vão encontrar os herdeiros (filhos, alunos, seminaristas) no espólio pessoal: - Um crucifixo no escritório, uma Bíblia na mesinha de cabeceira, um terço no fogão de sala ou sobre a lareira, um Catecismo da Igreja Católica, diplomas da comunhão e crisma dos filhos, alguns livros de oração e de informação cristã, contas e livros em ordem? Ou somente livros de cheques, computadores, jóias e fatos, romances mundanos, televisores, os carros na garagem e os primitivos manuais escolares?
Reler as três «cartas pastorais» como quem lê as memórias de um grande líder.
D. Joaquim Gonçalves,
Bispo de Vila Real

INTENÇÃO DE BENTO XVI PARA O MÊS DE FEVEREIRO



Pastores da Igreja ao serviço do Povo de Deus
Que os Pastores da Igreja sejam sempre dóceis à acção do Espírito Santo no seu ensinamento e serviço ao Povo de Deus
1. Os «Pastores da Igreja...»
Nenhuma comunidade cristã pode subsistir na ausência de quem a oriente nos caminhos da fé e da fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo. Na Igreja Católica, este serviço é confiado aos bispos, cujo ministério é o mesmo dado por Jesus aos seus apóstolos, o grupo dos Doze. Os Bispos são, por isso, legitimamente chamados sucessores dos apóstolos – e mais ninguém pode, na comunidade católica, reivindicar este título para si. Os Bispos presidem à Igreja – ou melhor, às Igrejas – constituídos, tal como os Doze, em «colégio», em grupo unido não por simples laços humanos, mas pelo próprio Deus. E tal como os Doze, também o colégio dos Bispos é presidido por aquele que Jesus escolheu como fundamento visível da sua Igreja: o Papa, sucessor de Pedro. Separado de Pedro, ou seja, do Papa, nenhum Bispo pode continuar a servir a Igreja e a presidir à comunidade dos fiéis – pelo menos, como Bispo católico.
Logo desde os primeiros tempos, os Bispos – à semelhança dos Apóstolos – foram auxiliados, no seu ministério, por homens escolhidos de entre os fiéis da comunidade. Surgiram assim os presbíteros e os diáconos, os quais, recebendo como o Bispo, embora em graus diferentes, o sacramento da Ordem, constituem os seus mais directos e qualificados colaboradores na missão de guiar o Povo de Deus até à verdade total, que é Cristo.
2. «...dóceis à acção do Espírito Santo»
Humanos como todos os outros humanos, os Pastores da Igreja não estão isentos do pecado, das deficiências de carácter, de tudo quanto é inclinação humana para o mal; e, do mesmo modo, cada um possui virtudes e qualidades que o ajudam no desempenho da sua missão. O mais importante, porém, é a docilidade ao Espírito Santo que os consagrou com a graça própria do sacramento da Ordem. Porque não foram constituídos donos da vinha do Senhor, mas seus administradores, devem confiar sobretudo n’Aquele que os chamou ao ministério, para levarem a bom termo a tarefa de governar e santificar o Povo de Deus.
«Graças ao Baptismo, o Bispo participa, com todo o cristão, da espiritualidade que se funda na incorporação a Cristo e se manifesta no seu seguimento, segundo o Evangelho» (João Paulo II, Pastores Gregis). Esta afirmação do Papa aplica-se a qualquer ministro da Igreja e mostra quanto é necessário todos se sentirem, antes de mais, discípulos do mesmo Mestre e Senhor, Jesus Cristo. Deste modo, o seu ministério será exercido e reconhecido como dom de Deus para o serviço dos irmãos e não como objecto de disputa e ânsia de poder.
3. «...ensinamento e serviço ao Povo de Deus»
Onde melhor se manifesta a docilidade dos ministros da Igreja ao Espírito Santo é no modo como exercem a missão de ensinar e servir o Povo de Deus. No exercício deste ministério, os pastores da Igreja estão chamados a ser «simples como as pombas e prudentes como as serpentes» (Mateus, 10, 16). Quando assim não acontece, o dano que podem causar ao Povo de Deus é muito maior do que quaisquer ataques vindos de fora, por parte dos inimigos da Igreja.
Infelizmente, estes inimigos da Igreja encontram abundante colaboração no interior da mesma: sacerdotes que falam publicamente ou escrevem contra a doutrina ensinada pelo Magistério eclesial; bispos em público desacordo com os seus irmãos no episcopado (ou até com o Santo Padre); pastores fazendo coro com grupos que, da Igreja, só querem o efeito mediático da presença de um bispo ou padre nas suas manifestações; «originalidades» na celebração dos mistérios cristãos, sem nenhuma consideração pelo facto de os sacramentos não serem pertença de quem preside nem da comunidade, pois são sacramentos da Igreja; carreirismo eclesiástico nada condizente com o serviço ministerial...
O serviço dos ministros da Igreja ao Povo de Deus não lhes foi confiado para ser desbaratado dizendo ao mundo aquilo que este deseja ouvir. É muito mais proveitoso para o Povo de Deus quando os seus Pastores se empenham em ensinar os fiéis na fidelidade ao Magistério da Igreja; em formar comunidades cristãs cada vez mais vivas, porque mais exigentes no seu compromisso com o Evangelho; em dinamizar comunidades de fé operosa pela caridade, cuja opção preferencial pelos pobres se percebe nas mais pequenas coisas; em estar ao lado dos mais desprotegidos e sem voz; em denunciar, sem hesitações, os caminhos errados que alguns desejam impor à sociedade... E são muitos, felizmente, os Pastores assim!
Este serviço não encontra, certamente, tantos microfones disponíveis nem câmaras de televisão avaras de uma imagem. Mas resulta em maior bem para a Igreja e para a sociedade. E quando, por anunciar o Evangelho, não aderindo ao progressismo reinante, os microfones e as câmaras de televisão encontrem motivos para se escandalizar com algum Pastor da Igreja, essa será a confirmação mais evidente da sua fidelidade ao Espírito Santo, ensinando e servindo o Povo de Deus.

Bento XVI

11 fevereiro, 2009

MENSAGEM DE BENTO XVI DO DOENTE PARA O DIA MUNDIAL DO DOENTE




"Queridos irmãos e irmãs"
No Dia Mundial do Enfermo, que celebramos em 11 de Fevereiro, memória litúrgica da Bem-aventurada Maria, Virgem de Lurdes, as Comunidades diocesanas reúnem-se com os seus bispos em momentos de oração, para reflectir e programar iniciativas de sensibilização sobre as realidades do sofrimento. O Ano Paulino, que estamos celebrando, oferece a ocasião propícia para determo-nos e meditarmos com o Apóstolo Paulo sobre o facto que, “assim como os sofrimentos de Cristo são copiosos para nós, assim também por Cristo é copiosa a nossa consolação” (2 Cor 1,5).A relação espiritual com Lurdes evoca também a materna solicitude da Mãe de Jesus pelos irmãos de seu Filho “que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada” (Lumen Gentium, 62).Este ano, a nossa atenção se dirige particularmente às crianças, criaturas mais frágeis e indefesas; e entre elas, às crianças enfermas e sofredoras. Pequenos seres humanos levam em seus corpos consequências de enfermidades que causam invalidez; outros lutam contra males hoje ainda incuráveis, não obstante o progresso da medicina e a assistência de válidos cientistas e profissionais do campo da saúde. Existem crianças feridas no corpo e na alma em conflitos e guerras, e outras ainda, vítimas inocentes do ódio de insensatas pessoas adultas. Existem meninos e meninas “de rua”, carentes do calor de uma família e abandonados a si mesmos; e menores profanados por pessoas sem escrúpulos, que violam a sua inocência, provocando sequelas psicológicas que as marcarão pelo resto da vida.Não podemos ignorar o incalculável número de menores que morrem por causas como sede, fome, carência de assistência sanitária, assim como os pequenos refugiados, fugiram das suas terras com os pais em busca de melhores condições de vida. De todas estas crianças, eleva-se um silencioso grito de dor que interpela nossas consciências de homens e cristãos.A comunidade cristã, que não pode ficar indiferente diante de situações tão dramáticas, sente o dever premente de intervir. Com efeito, como escrevi na Encíclica «Deus Caritas Est», “A Igreja é a família de Deus no mundo. Nesta família, não deve haver ninguém que sofra por falta do necessário” (25, b). Auspicio, portanto, que o Dia Mundial do Enfermo ofereça também a oportunidade às comunidades paroquiais e diocesanas de assumirem sempre mais a consciência de ser “família de Deus”, e as encoraje a tornar visível em aldeias, bairros e cidades, o amor do Senhor, que pede que “na própria Igreja enquanto família, nenhum membro sofra porque passa necessidade.” (ibid.). O testemunho da caridade faz parte da própria vida de toda comunidade cristã. Desde os seus inícios, a Igreja traduziu os princípios evangélicos em gestos concretos, como lemos nos Actos dos Apóstolos. Hoje, apesar das novas condições de assistência sanitária, sente-se a necessidade de uma colaboração mais estreita entre os profissionais da saúde que actuam em diversas instituições médicas e as comunidades eclesiais presentes no território. Nesta perspectiva, confirma-se todo o seu valor do Hospital Pediátrico Menino Jesus, instituição ligada à Santa Sé que celebra este ano 140 anos de vida.Vamos além. Visto que toda criança enferma pertence a uma família que compartilha seu sofrimento, frequentemente com graves dificuldades, as comunidades cristãs não podem deixar de ajudar os núcleos familiares atingidos pela doença de um filho ou filha. Seguindo o exemplo do “Bom Samaritano”, é preciso inclinar-se às pessoas tão duramente provadas e oferecer-lhes o amparo de uma solidariedade concreta. Desta forma, a aceitação e a partilha do sofrimento se traduzem em útil apoio às famílias das crianças doentes, gerando nestas um clima de serenidade e esperança, e fazendo sentir a seu redor uma ampla família de irmãos e irmãs em Cristo. A compaixão de Jesus pelo pranto da viúva de Nain (cfr Lc 7,12-17) e pela implorante oração de Jairo (cfr Lc 8,41-56) são, entre outras coisas, pontos de referência para aprender a compartilhar os momentos de aflição física e moral de tantas famílias. Tudo isso pressupõe um amor desinteressado e generoso, reflexo e sinal do amor misericordioso de Deus, que nunca abandona seus filhos na provação, mas lhes oferece sempre admiráveis recursos de coração e inteligência para serem capazes de enfrentar adequadamente as dificuldades da vida.A dedicação quotidiana e o empenho contínuo ao serviço das crianças enfermas constituem um testemunho eloquente de amor à vida humana, de modo especial, à vida de quem é vulnerável e totalmente dependente dos outros. É preciso afirmar, com vigor, a absoluta e suprema dignidade de toda vida humana. Com o passar dos tempos, o ensinamento que a Igreja incessantemente proclama não muda: a vida humana é bela e deve ser vivida em plenitude, mesmo quando é frágil e envolvida no mistério do sofrimento. É a Jesus, crucificado, que devemos dirigir o nosso olhar: morrendo na Cruz, Ele quis compartilhar a dor de toda a humanidade. Em seu ‘sofrer por amor’, percebemos uma suprema co-participação aos sofrimentos dos pequenos doentes e de seus pais. Meu venerado predecessor, João Paulo II, que ofereceu um exemplo luminoso da aceitação paciente do sofrimento, especialmente no final de sua vida, escreveu: “Na Cruz está o «Redentor do homem», o Homem das dores, que assumiu sobre si os sofrimentos físicos e morais dos homens de todos os tempos, para que estes possam encontrar no amor o sentido salvífico dos próprios sofrimentos e respostas válidas para todas as suas interrogações " (Salvifici doloris, 31).Desejo agora expressar o meu apreço e encorajamento às Organizações internacionais e nacionais que assistem as crianças doentes, especialmente nos países pobres, e que com generosidade e abnegação, oferecem a sua contribuição para assegurar-lhes cuidados adequados e amorosos. Ao mesmo tempo, dirijo um apelo aos responsáveis das Nações para que sejam reforçadas as leis e medidas em favor de crianças doentes e de suas famílias. A Igreja, por sua vez, como sempre, e ainda mais quando a vida de crianças está em jogo, se faz disponível para oferecer a sua cordial colaboração, na intenção de transformar toda a civilização humana em «civilização do amor» (cfr Salvifici doloris, 30).Concluindo, gostaria de expressar a minha proximidade espiritual a todos vocês, queridos irmãos e irmãs que sofrem por alguma enfermidade. Dirijo uma saudação carinhosa às pessoas que os assistem: Bispos, sacerdotes, pessoas consagradas, agentes de saúde, voluntários e todos os que se dedicam com amor a curar e aliviar o sofrimento de quem é atingido pela doença. Uma saudação toda especial a vocês, queridas crianças enfermas e que sofrem: o Papa as abraça com carinho paterno, assim como a seus pais e familiares, e lhes assegura uma recordação na oração, convidando-os a confiar na materna ajuda da Imaculada Virgem Maria, que contemplamos mais uma vez no último Natal enquanto abraçava com alegria o Filho de Deus feito menino. Ao invocar para vocês e para todos os enfermos a materna protecção da Virgem Santa, Saúde dos Enfermos, concedo a todos, de coração, uma especial Bênção Apostólica".Vaticano, 2 de Fevereiro de 2009