22 junho, 2008

CURSO DE FORMAÇÃO PARA LEIGOS

«A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja»
No Concelho de Murça, durante as Quartas-feiras dos meses de Janeiro a Junho, foi promovido pela Zona Pastoral deste mesmo concelho, um "Curso de iniciação para Leigos". Este tinha como objectivo elucidar todos os presentes para a importância da Palavra de Deus nas nossas vidas (História da Salvação e Sacramentos).
Embora seja do conhecimento de todos a importância e o primado da Bíblia na vida da Igreja e na história pessoal de cada cristão, ela ocupa de modo particular um privilegiado lugar na vida espiritual de cada um. A Palavra de Deus, na verdade, está presente na celebração quotidiana da Eucaristia, na administração dos sacramentos, e no louvor do Ofício divino.
Cada vez se torna mais necessário que todos os cristãos que legitimamente se consagram ao ministério da palavra, se apeguem às Escrituras através de assídua leitura sacra para que não venham a ser vãos pregadores da Palavra de Deus.
Actualmente assiste-se a um certo primitivismo espiritual com um uso fundamentalista da Escritura. E às vezes, até mesmo como receituário de vida, o sentido verdadeiro da Palavra de Deus impõe-se como última instância de verdade.
Torna-se pois urgente fazer formação, sendo que a opinião geral é dar continuidade a este curso, tornando-nos assim cristãos mais cultos da “Palavra de Deus”.
Certamente que a opinião é partilhada por todos, uma vez que os conhecimentos alcançados ao longo do Curso foram muito positivos, tendo estes contribuído para um maior aprofundamento da Sagrada Escritura e dando um maior ênfase à Palavra de Deus.
Termino com a intenção do Santo Padre para o mês de Junho:
“Que os cristãos cultivem uma amizade profunda e pessoal com Cristo, para assim poderem comunicar a força do seu amor às outras pessoas “.

13 abril, 2008

Contemplando a humildade do Senhor!

Se Deus quiser...
amanhã há de ser
um novo dia!
E tu sorrirás
de alegria
e a vitória virá pela fé!

Se Deus quiser...
novamente o sol
brilhará.
Passarinhos também
vão cantar.
E a vitória virá pela fé!

Se Deus quiser...
eu sei que Deus quer
a nossa vitória.
Cada passo que damos,
é um degrau para a glória.
Se perdemos hoje,
amanhã ganhamos
tudo quanto vier!

Se Deus quiser...
Os problemas serão resolvidos.
Os dilemas serão dissolvidos.
E a vitória virá pela fé!

Se Deus quiser...
e eu sei que Deus quer!

17 março, 2008

MENSAGEM DO SANTO PADRE PARA A QUARESMA

1. O Santo Padre, na sua Mensagem para a Quaresma, convida-nos a uma “peregrinação interior”, caminho espiritual que nos conduzirá à Páscoa, e um dos tópicos que sugere é uma reflexão sobre os modelos de desenvolvimento, que tanto condicionam a dimensão ética das sociedades em que vivemos. Reflectir sobre os modelos de desenvolvimento é, no fundo, exercitar a nossa consciência crítica sobre a sociedade e o papel profético dos cristãos em ordem à sua humanização. Somos assim convidados a viver esta Quaresma na continuidade dos desafios da nova evangelização, conscientes da missão dos cristãos na cidade. A coerência da nossa vida com Cristo morto e ressuscitado, que celebramos na Eucaristia, é a luz que ilumina toda a realidade, e que rasga, na complexidade da sociedade contemporânea, sulcos de dignidade e de esperança.A Igreja não protagoniza um modelo concreto de organização da sociedade, mas a sua visão do homem, em comunidade, pode influenciar, positivamente, qualquer modelo de sociedade. A conversão pessoal dos cristãos aos valores evangélicos tem particular importância na construção positiva de uma vida social digna do homem. Só as pessoas se podem converter ou deixar-se corromper, arrastando consigo o destino da comunidade. A alteração dos males de que enferma a nossa sociedade, tais como as injustiças, os egoísmos e a corrupção, o alheamento do bem-comum e a abdicação dos valores éticos que são os alicerces da dignidade humana, só se corrigem se as pessoas se converterem e aprofundarem os dados positivos da verdade, da justiça, da generosidade na solidariedade, do amor fraterno. A celebração da Páscoa é a maior força de conversão que surgiu na história, capaz de nos mobilizar e atrair para essa peregrinação interior.2. Trata-se de uma peregrinação. O peregrino é aquele que, num determinado momento da vida, tempo de procura, de inquietação, de desejo e atracção, se põe a caminho em busca de uma nova verdade de si mesmo. A peregrinação envolve a pessoa toda, o passado, o presente e o futuro, a racionalidade, os sentimentos e a busca da beleza. Supõe uma atitude humilde e confiante, de quem volta a acreditar na vida, porque a procura numa nova síntese. É atitude desprendida, que supõe austeridade e mesmo penitência. Peregrinar é aceitar contentar-se, durante um tempo, com o estritamente necessário. O peregrino é atraído por uma força interior e conduzido por uma luz superior. A peregrinação gera a harmonia da tranquilidade e da paz. Nesta Quaresma esta luz só pode ser a de Cristo ressuscitado, a apontar os caminhos da salvação.3. É uma peregrinação interior. Todas estas atitudes só têm lugar no coração do homem, onde se afirma e define o carácter único de cada um na sua relação com Deus. Situa-se no âmbito da nossa intimidade insondável, que só Deus conhece e fortalece, onde o mais recôndito da nossa consciência e da nossa história ganha um ritmo novo, o da abertura à surpreendente verdade de Deus. O peregrino é sempre um solitário, apenas acessível ao olhar de Deus, mesmo quando caminha em comunidade. A própria partilha com os irmãos desse seu itinerário interior, o que gera a comunhão fraterna, não anula de forma nenhuma esse face a face com Deus, o único que lê o nosso coração. Mesmo no sacramento da reconciliação, graça com que Deus fortalece os peregrinos, não se quebra o mistério deste a sós com Deus. Aí mesmo abrindo o coração a um irmão, o sacerdote, este escuta em nome de Deus e não quebra, antes acentua, essa exclusividade do diálogo interior com o Senhor. A peregrinação interior é um caminho de conversão, de revisão do exercício da liberdade, de mudança de critérios e de ordens de valores, todos inspirados no ideal cristão da santidade.4. A peregrinação não é uma fuga das realidades concretas do dia a dia. É antes um retomá-las todas à luz da Páscoa de Cristo. O rosto visível da nossa sociedade está marcado por visões da realidade que se afastam do ideal cristão de vida e, por vezes, agridem a própria verdade da Natureza. Perante esse ambiente naturalista e materialista, onde nem sequer o carácter sagrado da vida humana é respeitado, onde a sexualidade se desligou do amor, onde a família é agredida e enfraquecida, onde o dinheiro se tornou rei, onde a verdade foi reduzida às vantagens pragmáticas de cada circunstância, onde se adivinha a ameaça de algumas leis deixarem de exprimir a verdade moral da Natureza, o cristão é convidado a esta peregrinação interior, de purificação da consciência e da mentalidade, revendo a atitude pessoal perante todas estas realidades. Nunca, como hoje, a purificação da liberdade se tornou decisiva, porque a reacção transformadora ao amoralismo de certos traços da sociedade, só pode vir de homens e mulheres livres, que assumem, com verdade, a responsabilidade da sua liberdade. Nesta peregrinação da Quaresma ecoa, a orientar-nos, a palavra do Apóstolo Paulo: “foi para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gal. 5,1).5. Nesta meditação sobre a civilização que estamos a construir, sobre o modelo de desenvolvimento, diz o Santo Padre na sua Mensagem, está em questão o modelo de felicidade por que ansiamos e queremos construir. Onde está a nossa felicidade? O que é que nos fará felizes? São perguntas que todos aqueles e aquelas que não desistiram de viver não podem deixar de se pôr. Jesus, no Sermão da Montanha, no discurso das bem-aventuranças, indicou-nos o caminho onde cada um pode encontrar a resposta. E na sua Carta Encíclica, “Deus é amor” Bento XVI diz-nos corajosamente que só pelo caminho do amor encontraremos uma resposta a todas as interrogações, resolve todos os enigmas e envolve todas as manifestações reais de vidas concretas. E o amor será sempre mais gesto do que afirmação. Só quem arrisca exprimi-lo em atitudes, aprende a amar.6. Nesta peregrinação seremos iluminados pela Palavra de Deus e pela palavra da Igreja. Só pode ser um peregrinar ao ritmo da Liturgia, iluminada, ela própria, pela Palavra da Igreja. Como de costume, em todos os Domingos da Quaresma, farei, na Sé, uma catequese quaresmal. Escolhi como tema geral para estas catequeses a afirmação de Paulo na Carta aos Romanos: “A Caridade é a plenitude da Lei” (Rom. 13,10). Isso levar-nos-á a uma meditação sobre a Lei de Deus, referência fundamental para esta peregrinação interior dos cristãos, no contexto concreto da sociedade em que vivemos e que nós queremos iluminar com a luz de Cristo. Anuncio já os temas de cada Domingo da Quaresma:1º Domingo: A Lei de Deus e as leis dos homens2º Domingo: Um único mandamento: amar a Deus e ao próximo3º Domingo: A fantasia da caridade: evangelização e predilecção pelos pobres4º Domingo: Honra Pai e Mãe: a Família, comunidade de amor. Do “eros” à caridade5º Domingo: Não matarás. Religião e culturas na promoção da vidaDomingos de Ramos: A verdade é a base indispensável do amor7. Respondendo ao desafio concreto da Encíclica que nos convida a dar prioridade ao amor nesta peregrinação de revisão de vida, ganha um sentido novo a nossa tradicional partilha, sob a forma de “Renúncia Quaresmal”.Como habitualmente, e agora motivados pela Carta Encíclica de Sua Santidade o Papa Bento XVI, “Deus Caritas est”, os cristãos da Diocese de Lisboa são convidados a renunciarem a parte do que têm, em favor de outras Igrejas mais pobres. A “Renúncia Quaresmal” de 2005 destinou-se à constituição de um fundo diocesano de ajuda inter-eclesial, que permita à Diocese de Lisboa atender os numerosos pedidos de ajuda que chegam um pouco de todo o mundo. Dessa renúncia de 2005 receberam-se, até a este momento, 242.987 €. Está já nomeado um grupo de trabalho para analisar os diversos pedidos que, entretanto, se foram amontoando.Não havendo nenhum pedido que justifique ser destinatário único da “Renúncia” de 2006, vamos mantê-la no mesmo quadro de reforço do “Fundo Diocesano de Ajuda Inter-Eclesial”. Posso, no entanto, indicar algumas necessidades das Igrejas, dificilmente contempláveis com a verba até agora reunida, e que estarão nas nossas prioridades: a construção da Maternidade-Escola em Dili (Timor), agora em processo rápido de construção civil e já em preparação dos projectos de equipamento; ajuda à nova Diocese do Mindelo (Cabo-Verde); ajuda à Diocese de Palai (Índia), que está a ajudar a Diocese de Lisboa com o envio de sacerdotes (esperamos mais dois este ano) etc.Lembro, também, que por decisão da Conferência Episcopal, as dioceses contribuirão em 5% das “Renúncias Quaresmais” para o “Fundo de Apoio Inter-Eclesial” da própria Conferência Episcopal, onde também chegam muitos pedidos de ajuda.Acolhamos o desafio do Santo Padre, que nos convida a partilhar com os pobres do mundo, sejam eles quais forem e estejam onde estiverem, pois, segundo as suas próprias palavras, vivendo do amor, faremos entrar a luz de Deus no mundo.8. A verdade da nossa celebração pascal dependerá, este ano, da sinceridade e decisão desta peregrinação interior. A força de Deus, através da Palavra e dos Sacramentos, será a nossa luz. Peregrinar é sempre ir ao encontro da luz.Lisboa, 2 de Fevereiro de 2006, Festa da Apresentação do Senhor.
† JOSÉ, Cardeal-Patriarca
Fonte Ecclesia

12 março, 2008

PAPA DEFENDE DIMENSÕES CULTURAIS E RELIGIOSAS NA EDUCAÇÃO


Papa defende dimensões culturais e religiosas na educação
Bento XVI defendeu esta Quarta-feira a necessidade de atender à “dimensão moral” do saber humano na formação das novas gerações.
“A escola não pode ser apenas um lugar de aprendizagem de noções, mas é chamada a oferecer aos alunos a oportunidade de aprofundar mensagens válidas de carácter cultural, social, ético e religioso”, apontou.
Saudando os peregrinos reunidos na Basílica de São Pedro, antes da audiência geral, o Papa admitiu que a escola de hoje “enfrenta grandes desafios, que emergem no campo da educação”.
“Quem ensina, contudo, não pode deixar de perceber a dimensão moral de qualquer saber humano, porque o homem conhece pelo agir e o agir é o fruto da sua consciência”, disse, mostrando preocupação pela formação espiritual dos jovens.

15 fevereiro, 2008

A ESMOLA NESTA QUARESMA

"Todos os anos, a Quaresma oferece-nos uma providencial ocasião para aprofundar o sentido e o valor do nosso ser de cristãos, e estimula-nos a redescobrir a misericórdia de Deus, a fim de nos tornarmos, por nossa vez, mais misericordiosos para com os irmãos. No tempo quaresmal, a Igreja tem o cuidado de propor alguns compromissos específicos que ajudem, concretamente, os fiéis neste processo de renovação interior: tais são a oração, o jejum e a esmola." Continuando o seu discurso, o Papa Bento XVI, na sua mensagem quaresmal, analisa a prática da esmola, realçando alguns aspectos, nomeadamente:
· "Não somos proprietários mas administradores dos bens que possuímos: assim, estes não devem ser considerados propriedade exclusiva, mas meios através dos quais o Senhor chama cada um de nós a fazer-se intermediário da sua providência junto do próximo."
· "O Evangelho ressalta uma característica típica da esmola cristã: deve ficar escondida" e "tudo deve ser realizado para glória de Deus, e não nossa"
· "A Escritura ensina-nos que há mais alegria em dar do que em receber", porque "todas as vezes que por amor de Deus partilhamos os nossos bens com o próximo necessitado, experimentamos que a plenitude de vida provém do amor e tudo nos retorna como bênção sob forma de paz, satisfação interior e alegria. O Pai celeste recompensa as nossas esmolas com a sua alegria."
· "A esmola educa para a generosidade do amor."
Deste modo, "a Quaresma convida-nos a «treinar-nos» espiritualmente, nomeadamente através da prática da esmola, para crescermos na caridade e nos pobres reconhecermos o próprio Cristo. (...) Que este período se caracterize, portanto, por um esforço pessoal e comunitário de adesão a Cristo para sermos testemunhas do seu amor."

A QUARESMA


O que é a Quaresma?
A Quaresma é o tempo do Ano Litúrgico preparatório da Páscoa e que vai da Quarta-Feira de Cinzas até Quinta-Feira Santa (a Quinta-Feira Santa já pertence ao Tríduo Pascal).A Quaresma surgiu no séc. IV, a seguir à paz de Constantino, quando multidões de pagãos quiseram entrar na Igreja. Duas instituições a ela estão ligadas; a penitência pública e o catecumenado. Daí o seu duplo carácter penitencial e baptismal. Inicialmente durava 3 semanas, mas depois, em Roma, foi alargada a 6 semanas (40 dias), com início no actual I Domingo da Quaresma (na altura denominado Quadragesima die, entenda-se 40.º dia anterior à Páscoa).

O termo Quadragesima (que deu a nossa "Quaresma") passou depois a designar a duração dos 40 dias evocativos do jejum de Jesus no deserto a preparar-se para a vida pública. Como, tradicionalmente, aos Domingos nunca se jejuou, foi necessário acrescentar alguns dias para se perfazerem os 40. Daí a antecipação do início da Quaresma para a Quarta-Feira de Cinzas.

A Quaresma é um tempo forte de penitência. Para assegurar expressão comunitária à prática penitencial, sobretudo no tempo da Quaresma, a Igreja mantém o jejum e a abstinência tradicionais. Em Portugal, são dias de jejum para os fiéis dos 18 aos 59 anos (a menos de dispensa, por doença ou outra causa) a Quarta- Feira de Cinzas e a Sexta-Feira Santa (convidando a liturgia a prolongar o jejum deste dia ao longo de Sábado Santo). E são dias de abstinência de carne, para os fiéis depois dos 14 anos (embora seja bom que a iniciação nesta prática se faça mais cedo), as Sextas-feiras do ano (a menos que cesse a obrigação pela coincidência com festa de preceito ou solenidade litúrgica), com possibilidade de substituição por outras práticas de ascese, esmola (caridade) ou piedade, embora seja aconselhado manter a prática tradicional nas sextas-feiras da Quaresma.

No que respeita à esmola, ela deve ser proporcional às posses de cada um e significar verdadeira renúncia, podendo revestir- se da forma de "contributo penitencial" (ou "renúncia quaresmal") com destino indicado pelo bispo.

AS TENTAÇÕES DE JESUS

Desde os primeiros séculos, os cristãos determinaram um tempo de penitência antes da Páscoa. Os 40 dias da Quaresma estão ligados às três tentações de Jesus, pois os Evangelhos referem que, antes de ser tentado, Jesus foi para o deserto onde jejuou 40 dias, pretendendo significar que Jesus é o novo Moisés, que vem para fundar um novo povo (a relação entre Moisés e Jesus é vísivel nos 40 dias no Sinai e nos 40 anos de viagem no deserto, o alimento milagroso do maná, o jejum e a palavra de Deus).Só Mateus e Lucas narram as tentações concretas; Marcos apenas diz que Jesus foi tentado e João não fala nestas tentações. O texto de Mateus situa-se depois do Baptismo, com que Jesus inaugura a sua vida pública e é um modo de dizer quem é Jesus (o Filho de Deus feito verdadeiro homem). Não é, pois, uma tentação como as nossas. Mateus narra-as em três cenas e uma conclusão: uma tem lugar no deserto e as outras duas em lugares altos.Em 11 versículos, o Adversário de Jesus é citado seis vezes com o nome de Diabo, Tentador e Satanás. Quem é ele? É um personagem que caracteriza as forças do Mal, neste caso, tudo o que se opõe ao projecto messiânico de Jesus, que veio salvar a humanidade decaída, não com as honrarias que o Adversário lhe promete, mas dando a vida por todos. Jesus, Filho de Deus, defrontou e venceu o seu Adversário. Em cada um de nós travam-se também batalhas semelhantes, entre o projecto que Deus tem para nós e os projectos pessoais e egoístas que nós arranjamos. A qual dos dois projectos queremos obedecer?

12 fevereiro, 2008

D. Amândio Tomás


Determinado em propor mudanças:
Em Vila Real, D. Amândio Tomás quer rever métodos pastorais, apostar na formação, propor aos padres menos missas de afogadilho e aos leigos menos sacramentos recebidos com leviandade.
D. Amândio Tomás iniciou o seu ministério episcopal em Vila Real e quer propor mais catequese e travar uma religiosidade assente apenas na prática sacramental, sobretudo quando ela tem motivações sociais. Para travar é também a “hemorragia” dos transmontanos para as cidades do litoral, o que pressupõe a criação de condições que permitam vida economicamente estável no interior.Na celebração de acolhimento do Bispo Coadjutor da Diocese de Vila Real, conheceram-se as determinações de quem voltou à sua terra. “Voltei para anunciar Cristo”, referiu D. Amândio Tomás às centenas de transmontanos que acolheram com orgulho um Bispo transmontano, saudando-o ao longo do cortejo entre o Governo Civil da cidade e a Sé da Diocese que antecedeu a Eucaristia de início de ministério, neste Domingo. Às dezenas de sacerdotes e leigos que ouviram expôs, na homilia da missa, um conjunto de ideias para a dinamização de todos os católicos na região.Ponto de honra para o ministério do Bispo Coadjutor é tudo fazer de acordo com aquele que é o Bispo Diocesano, D. Joaquim Gonçalves. “Tudo farei com o meu bispo e nada contra ele”. Parceiro no ministério episcopal em Vila Real, D. Amândio quer contar com a proximidade e orientação de D. Joaquim, agora em recuperação do transplante cardíaco a que foi submetido. “Ajudai-me a ajudar o nosso bispo. Nós precisamos muito dele, do seu conselho, da sua experiência”, referiu.Nesta Diocese, D. Amândio está determinado em revestir a prática das comunidades cristãs de convicções profundas. Para isso, disse ser preciso apostar na catequese, revendo métodos de coordenação e animação pastoral na Diocese. A todos, sacerdotes e leigos, D. Amândio pede que “não se deixem intimidar pelas ameaças do laicismo e do relativismo”, reagindo a uma cultura que quer calar Cristo e os valores irrenunciáveis do cristianismo, como o valor da vida, da dignidade humana e do bem comum. “Sonho com cristãos comprometidos a animar a vida pública e a transformar por dentro a sociedade como locomotivas que arrastam, que contagiam, que galvanizam, opondo-se ao marasmo, à cobardia ao medo e à apostasia da fé”, referiu.

Menos missas de “afogadilho”

Para dinamizar a Igreja na Diocese, D. Amândio Tomás sugere “trabalho em rede”, a envolver padres, religiosos, movimentos. “Não sejais preguiçosos na vossa dedicação”, pediu o Bispo Coadjutor da Diocese, apostado em promover trabalhos de conjunto e não no isolamento de cada “quintal”.O trabalho pastoral dos padres da Diocese mereceu conselhos muito claros do Bispo que chegava a Vila Real: “mais catequese”, “menos sacramentos recebidos sem convicções” e “menos missas de afogadilho”.“Devemos apostar em menos missas de afogadilho, umas atrás das outras, para cumprir um programa, e mais catequese, sem contudo desprezar a eucaristia que é o coração da Igreja, que é fonte e ápice da sua actividade”.D. Amândio Tomás referia-se à necessidade de preparação dos sacramentos que merecem maior visibilidade social, nomeadamente o baptismo e o crisma e o matrimónio, e à grande sobrecarga que afecta os padres e outros ministros ordenados diante das solicitações dos muitos “serviços religiosos”. Para D. Amândio, é necessário “mudar de estratégia pastoral. Não podemos multiplicar missas e sacramentos”. Na homilia da missa, repetiu a necessidade de “mais catequese e de mais formação de pessoas e de consciências e de menos sacramentos recebidos com leviandade, a cumprir programas, sem convicções, recebidos por motivos fúteis”.

QUARESMA

A Quaresma é tempo de preparação para a Páscoa; tempo de saborear e aprofundar o sentido do nosso Baptismo, nas suas múltiplas implicações; tempo de aceitar o desafio de caminharmos ao encontro do verdadeiro rosto de Cristo, em escuta atenta da Palavra, na oração e no acolhimento da reconciliação sacramental; tempo de voltar para o Senhor com todo o coração, em conversão de amor a Deus e aos irmãos.
Juntos, nesta caminhada, vamos confiantes no amor misericordioso de Jesus, que faz caminho connosco, pelo deserto das nossas fragilidades e pecados, nos perdoa e conforta, nos mostra o caminho da alegria pascal.

10 fevereiro, 2008

Vila Real prepara recepção solene de D. Amândio Tomás

No dia 10 de Fevereiro, primeiro Domingo de Quaresma, às 15.30 horas, vai ocorrer a recepção solene do novo Bispo Coadjutor de Vila Real, D. Amândio José Tomás. Da capela do antigo Hospital da Misericórdia, sairá o cortejo litúrgico, para a Sé Catedral. A convite do Bispo Titular, D. Joaquim Gonçalves que, por razões de saúde, não poderá estar presente na cerimónia, presidirá à celebração o Arcebispo de Braga e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ferreira Ortiga.O novo Bispo nasceu em Cimo de Vila da Castanheira (Chaves), em 23 de Abril de1943, filho de João dos Reis Tomás (já falecido) e de Esperança Maria Tomás, sendo o mais velho de uma família de cinco irmãos. De 1955 a 1967, frequentou e concluiu os estudos de Humanidades, Filosofia e Teologia, no Seminário Diocesano de Vila Real. Foi ordenado Presbítero, em 1967. Prosseguiu os estudos teológicos na Universidade Gregoriana, aí obtendo, dois anos depois, a licenciatura em Teologia Dogmática. Regressado a Portugal, leccionou Teologia no Seminário de Lamego, foi Director Espiritual do Seminário de Vila Real e professor de Moral, no Liceu Camilo Castelo Branco. Também leccionou Teologia, no Seminário Maior do Porto e ICHT (Instituto de Ciências Humanas e Teológicas), de 1971-1976. Regressado a Roma, para frequentar o Pontifício Instituto Bíblico, licenciou-se em Ciências Bíblicas, em 1980, ano em que foi nomeado Vice-Reitor do Colégio Pontifício Português, passando a Reitor, em 1982, cargo que exerceu, até 2001.Em Outubro de 2001, foi eleito Bispo Auxiliar de Évora, sendo ordenado na festa da Epifania do ano 2002, na Basílica de S. Pedro, pelo Papa João Paulo II. Em 8 de Janeiro de 2008, foi nomeado Bispo Coadjutor da Diocese de Vila Real.

01 fevereiro, 2008

«Cristo fez-Se pobre por vós» - Mensagem de Bento XVI para a Quaresma de 2008

«Cristo fez-Se pobre por vós»
Queridos irmãos e irmãs!1. Todos os anos, a Quaresma oferece-nos uma providencial ocasião para aprofundar o sentido e o valor do nosso ser de cristãos, e estimula-nos a redescobrir a misericórdia de Deus a fim de nos tornarmos, por nossa vez, mais misericordiosos para com os irmãos. No tempo quaresmal, a Igreja tem o cuidado de propor alguns compromissos específicos que ajudem, concretamente, os fiéis neste processo de renovação interior: tais são a oração, o jejum e a esmola. Este ano, na habitual Mensagem quaresmal, desejo deter-me sobre a prática da esmola, que representa uma forma concreta de socorrer quem se encontra em necessidade e, ao mesmo tempo, uma prática ascética para se libertar da afeição aos bens terrenos. Jesus declara, de maneira peremptória, quão forte é a atracção das riquezas materiais e como deve ser clara a nossa decisão de não as idolatrar, quando afirma: «Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Lc 16, 13). A esmola ajuda-nos a vencer esta incessante tentação, educando-nos para ir ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos. Tal é a finalidade das colectas especiais para os pobres, que são promovidas em muitas partes do mundo durante a Quaresma. Desta forma, a purificação interior é corroborada por um gesto de comunhão eclesial, como acontecia já na Igreja primitiva. São Paulo fala disto mesmo quando, nas suas Cartas, se refere à colecta para a comunidade de Jerusalém (cf. 2 Cor 8-9; Rm 15, 25-27).2. Segundo o ensinamento evangélico, não somos proprietários mas administradores dos bens que possuímos: assim, estes não devem ser considerados propriedade exclusiva, mas meios através dos quais o Senhor chama cada um de nós a fazer-se intermediário da sua providência junto do próximo. Como recorda o Catecismo da Igreja Católica, os bens materiais possuem um valor social, exigido pelo princípio do seu destino universal (cf. n. 2403).É evidente, no Evangelho, a admoestação que Jesus faz a quem possui e usa só para si as riquezas terrenas. À vista das multidões carentes de tudo, que passam fome, adquirem o tom de forte reprovação estas palavras de São João: «Aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus?» (1 Jo 3, 17). Entretanto, este apelo à partilha ressoa, com maior eloquência, nos Países cuja população é composta, na sua maioria, por cristãos, porque é ainda mais grave a sua responsabilidade face às multidões que penam na indigência e no abandono. Socorrê-las é um dever de justiça, ainda antes de ser um gesto de caridade.3. O Evangelho ressalta uma característica típica da esmola cristã: deve ficar escondida. «Que a tua mão esquerda não saiba o que fez a direita», diz Jesus, «a fim de que a tua esmola permaneça em segredo» (Mt 6, 3-4). E, pouco antes, tinha dito que não devemos vangloriar-nos das nossas boas acções, para não corrermos o risco de ficar privados da recompensa celeste (cf. Mt 6, 1-2). A preocupação do discípulo é que tudo seja para a maior glória de Deus. Jesus admoesta: «Brilhe a vossa luz diante dos homens de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai que está nos Céus» (Mt 5, 16). Portanto, tudo deve ser realizado para glória de Deus, e não nossa. Queridos irmãos e irmãs, que esta consciência acompanhe cada gesto de ajuda ao próximo evitando que se transforme num meio nos pormos em destaque. Se, ao praticarmos uma boa acção, não tivermos como finalidade a glória de Deus e o verdadeiro bem dos irmãos, mas visarmos antes uma compensação de interesse pessoal ou simplesmente de louvor, colocamo-nos fora da lógica evangélica. Na moderna sociedade da imagem, é preciso redobrar de atenção, dado que esta tentação é frequente. A esmola evangélica não é simples filantropia: trata-se antes de uma expressão concreta da caridade, virtude teologal que exige a conversão interior ao amor de Deus e dos irmãos, à imitação de Jesus Cristo, que, ao morrer na cruz, Se entregou totalmente por nós. Como não agradecer a Deus por tantas pessoas que no silêncio, longe dos reflectores da sociedade mediática, realizam com este espírito generosas acções de apoio ao próximo em dificuldade? De pouco serve dar os próprios bens aos outros, se o coração se ensoberbece com isso: tal é o motivo por que não procura um reconhecimento humano para as obras de misericórdia realizadas quem sabe que Deus «vê no segredo» e no segredo recompensará.4. Convidando-nos a ver a esmola com um olhar mais profundo que transcenda a dimensão meramente material, a Escritura ensina-nos que há mais alegria em dar do que em receber (cf. Act 20, 35). Quando agimos com amor, exprimimos a verdade do nosso ser: de facto, fomos criados a fim de vivermos não para nós próprios, mas para Deus e para os irmãos (cf. 2 Cor 5, 15). Todas as vezes que por amor de Deus partilhamos os nossos bens com o próximo necessitado, experimentamos que a plenitude de vida provém do amor e tudo nos retorna como bênção sob forma de paz, satisfação interior e alegria. O Pai celeste recompensa as nossas esmolas com a sua alegria. Mais ainda: São Pedro cita, entre os frutos espirituais da esmola, o perdão dos pecados. «A caridade – escreve ele – cobre a multidão dos pecados» (1 Pd 4, 8). Como se repete com frequência na liturgia quaresmal, Deus oferece-nos, a nós pecadores, a possibilidade de sermos perdoados. O facto de partilhar com os pobres o que possuímos, predispõe-nos para recebermos tal dom. Penso, neste momento, em quantos experimentam o peso do mal praticado e, por isso mesmo, se sentem longe de Deus, receosos e quase incapazes de recorrer a Ele. A esmola, aproximando-nos dos outros, aproxima-nos de Deus também e pode tornar-se instrumento de autêntica conversão e reconciliação com Ele e com os irmãos.5. A esmola educa para a generosidade do amor. São José Bento Cottolengo costumava recomendar: «Nunca conteis as moedas que dais, porque eu sempre digo: se ao dar a esmola a mão esquerda não há de saber o que faz a direita, também a direita não deve saber ela mesma o que faz » (Detti e pensieri, Edilibri, n. 201). A este propósito, é muito significativo o episódio evangélico da viúva que, da sua pobreza, lança no tesouro do templo «tudo o que tinha para viver» (Mc 12, 44). A sua pequena e insignificante moeda tornou-se um símbolo eloquente: esta viúva dá a Deus não o supérfluo, não tanto o que tem como sobretudo aquilo que é; entrega-se totalmente a si mesma.Este episódio comovedor está inserido na descrição dos dias que precedem imediatamente a paixão e morte de Jesus, o Qual, como observa São Paulo, fez-Se pobre para nos enriquecer pela sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9); entregou-Se totalmente por nós. A Quaresma, nomeadamente através da prática da esmola, impele-nos a seguir o seu exemplo. Na sua escola, podemos aprender a fazer da nossa vida um dom total; imitando-O, conseguimos tornar-nos disponíveis para dar não tanto algo do que possuímos, mas darmo-nos a nós próprios. Não se resume porventura todo o Evangelho no único mandamento da caridade? A prática quaresmal da esmola torna-se, portanto, um meio para aprofundar a nossa vocação cristã. Quando se oferece gratuitamente a si mesmo, o cristão testemunha que não é a riqueza material que dita as leis da existência, mas o amor. Deste modo, o que dá valor à esmola é o amor, que inspira formas diversas de doação, segundo as possibilidades e as condições de cada um.6. Queridos irmãos e irmãs, a Quaresma convida-nos a «treinar-nos» espiritualmente, nomeadamente através da prática da esmola, para crescermos na caridade e nos pobres reconhecermos o próprio Cristo. Nos Actos dos Apóstolos, conta-se que o apóstolo Pedro disse ao coxo que pedia esmola à porta do templo: «Não tenho ouro nem prata, mas vou dar-te o que tenho: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda» (Act 3, 6). Com a esmola, oferecemos algo de material, sinal do dom maior que podemos oferecer aos outros com o anúncio e o testemunho de Cristo, em cujo nome temos a vida verdadeira. Que este período se caracterize, portanto, por um esforço pessoal e comunitário de adesão a Cristo para sermos testemunhas do seu amor. Maria, Mãe e Serva fiel do Senhor, ajude os crentes a regerem o «combate espiritual» da Quaresma armados com a oração, o jejum e a prática da esmola, para chegarem às celebrações das Festas Pascais renovados no espírito. Com estes votos, de bom grado concedo a todos a Bênção Apostólica.Vaticano, 30 de Outubro de 2007.BENEDICTUS PP. XVI.
Fonte: Ecclesia

23 janeiro, 2008

Palavra do Papa

O Arciprestado
Palavras de Bento XVI: 100 anos da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
Queridos irmãos e irmãs:
Há dois dias, iniciamos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, durante a qual católicos, ortodoxos, anglicanos e protestantes, conscientes que sua divisão constitui um obstáculo para o acolhimento do Evangelho, imploram juntos ao Senhor, de forma ainda mais intensa, o dom da plena comunhão. Esta providencial iniciativa nasceu há cem anos, quando o Pe. Paul Wattson iniciou os Oito Dias de oração pela unidade de todos os discípulos de Cristo. Por isso, hoje estão presentes na Praça de São Pedro os filhos e as filhas espirituais do Pe. Wattson, os Irmãos e Irmãs doAtonement, que saúdo cordialmente e que encorajo a prosseguir em sua especial dedicação à causa da unidade. Todos nós temos o dever de rezar e agir para a superação de toda divisão entre os cristãos, respondendo ao desejo de Cristo «Ut unum sint». A oração, a conversão do coração, o fortalecimento dos vínculos de comunhão formam a essência deste movimento espiritual, que desejamos que possa conduzir rapidamente os discípulos de Cristo à comum celebração da Eucaristia, manifestação de sua plena unidade.
O tema bíblico deste ano é repleto de significado: «Orai sem cessar» (1 Ts 5, 17). São Paulo se volta à comunidade de Tessalônica, que vivia em seu interior contrastes e conflitos, para pedir com força algumas atitudes fundamentais, entre as quais distingue-se a oração incessante. Com este seu convite, ele quer fazer compreender que da nova vida em Cristo e no Espírito Santo provém a capacidade de superar todo egoísmo, de viver juntos em paz e em união fraterna, de suportar cada um, de bom grado, os pesos e os sofrimentos dos outros. Não devemos mais cessar de orar pela unidade dos cristãos! Quando Jesus, durante a última Ceia, rezou para que os seus «sejam uma coisa só», tinha em mente uma finalidade precisa: «para que o mundo creia» (Jo 17, 21). A missão evangelizadora da Igreja passa, portanto, pelo caminho ecumênico, o caminho da unidade de fé, do testemunho evangélico e da autêntica fraternidade.
Como em todo ano, estarei na próxima sexta-feira, 25 de janeiro, na Basílica de São Paulo fora dos Muros para concluir, com as Vésperas Solenes, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Convido os romanos e peregrinos a unirem-se a mim e aos cristãos das Igrejas e Comunidades eclesiais que participarão da celebração para invocar de Deus o dom precioso da reconciliação entre todos os batizados. Que a Santa Mãe de Deus, da qual hoje se recorda a aparição a Afonso Ratisbonne na Igreja de Santo André delle Fratte, obtenha do Senhor para todos seus discípulos a abundância do Espírito Santo, de modo que juntos possam chegar à perfeita unidade e oferecer assim o testemunho de fé e de vida do qual o mundo tem necessidade
urgente..

22 janeiro, 2008

A humanidade é uma grande família

A própria comunidade social, para viver em paz, é chamada a inspirar-se nos valores por que se rege a comunidade familiar. Isto vale tanto para as comunidades locais como nacionais; mais, vale para a própria comunidade dos povos, para a família humana que vive nesta casa comum que é a terra. Numa tal perspectiva, porém, não se pode esquecer que a família nasce do « sim » responsável e definitivo de um homem e de uma mulher e vive do « sim » consciente dos filhos que pouco a pouco entram a fazer parte dela. Para prosperar, a comunidade familiar tem necessidade do consenso generoso de todos os seus membros. É preciso que esta consciência se torne convicção partilhada também por quantos são chamados a formar a família humana comum. É necessário saber dizer o « sim » pessoal a esta vocação que Deus inscreveu na nossa própria natureza. Não vivemos uns ao lado dos outros por acaso; estamos percorrendo todos um mesmo caminho como homens e por isso como irmãos e irmãs. Desta forma, é essencial que cada um se empenhe por viver a própria vida em atitude de responsabilidade diante de Deus, reconhecendo n'Ele a fonte originária da existência própria e alheia. É subindo até este Princípio supremo que se pode perceber o valor incondicional de todo o ser humano, colocando as premissas para a edificação duma humanidade pacificada. Sem este Fundamento transcendente, a sociedade é apenas uma agregação de vizinhos, e não uma comunidade de irmãs e irmãos chamados a formar uma grande família.
Papa Bento XVI

21 janeiro, 2008

Patriarca de Lisboa elogia «Papa teólogo»

D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa, apresentou hoje o livro "Jesus de Nazaré", de Bento XVI, considerando que a obra tem a marca de "um grande teólogo" que não esquece "a missão pastoral que hoje desempenha"."No fundo, este livro ajuda-nos a interiorizar a maneira como Deus conduz a Sua Igreja: deu-nos um Papa que é um grande teólogo", afirmou o Patriarca, na apresentação da obra que decorreu esta tarde, Auditório Cardeal Medeiros da Universidade Católica Portuguesa.O livro já vendeu mais de já vendeu mais de 2 milhões de cópias desde Abril de 2007. Ao longo do actual ano, o livro será lançado em 50 países, desde a Albânia ao Japão, passando pelo Brasil, Nova Zelândia, Egipto ou Indonésia. Em Portugal, a obra foi editada pela Esfera dos Livros em finais de Outubro passado.Segundo D. José Policarpo, é impossível separar "o Papa e Joseph Ratzinger", frisando que "a vasta informação e reflexão teológica de Joseph Ratzinger é hoje posta ao serviço da sua missão de Sucessor de Pedro". "Ele consegue, na clareza do seu pensamento, na beleza da sua expressão e no testemunho da sua vida interior, exprimir de forma bela e acessível para o Povo de Deus a profundidade do seu pensamento, a variedade da sua informação, a vastidão da sua cultura", assegura.Quanto ao facto de o próprio Bento XVI ter advertido que esta não era uma obra "magisterial", o Cardeal-Patriarca considera que este "quis apenas garantir aos estudiosos do Novo Testamento, exegetas e teólogos, que não pretende dirimir, com a autoridade do Papa, questões disputadas e justas diferenças de opinião científica, nem confirmar a sua leitura de teólogo".D. José Policarpo fez questão de sublinhar que "a minha sintonia com o teólogo Joseph Ratzinger vem de velha data". "Nunca tendo sido seu aluno, como outros portugueses o foram, porque nunca estudei na Alemanha, ele foi verdadeiramente o principal inspirador do percurso que fiz como docente de Teologia. Os meus alunos desse tempo lembram-se, certamente, do relevo que teve no meu ensino, sobretudo na Teologia da Fé, a teologia de Ratzinger", recordou.História e féA respeito do livro, o Patriarca assinala estarmos na presença do "testemunho de um crente que percorreu um longo caminho em busca do «rosto do Senhor»", que situa essa busca "no contexto de uma viragem na leitura exegética dos Evangelhos, a partir da década de 50". "Depois do tempo das muitas e belas «vidas de Cristo», que apresentavam uma imagem de Cristo a partir dos Evangelhos, as correntes exegéticas - é citado o método histórico-crítico - acentuam a ruptura entre o Jesus histórico e o Jesus da fé, que se afastam cada vez mais um do outro e a figura de Jesus Cristo, em que acreditamos, apresenta-se com contornos vagos, pouco definidos, uma espécie de nebulosa que acaba por confundir os crentes", recorda.Para D. José Policarpo, a realidade histórica de Jesus de Nazaré "foi sempre um desafio de fé, aquela atitude de abandono ao mistério que permitiu penetrar no conhecimento da realidade humana de Cristo"."O Jesus histórico não é desligável da fé, nem o Cristo da fé é desligável do realismo histórico da Sua existência. História e fé interpenetram-se na leitura dos textos evangélicos", alerta.O Cardeal-Patriarca destaca a "convergência de toda a Escritura para Cristo", onde "toda a história da humanidade encontra em Cristo o seu sentido último", assegurando que "o homem e a sua história só se decifram verdadeiramente em Jesus Cristo".Em conclusão, D. José Policarpo indica que "a leitura deste livro pode transformar-se na nossa caminhada para a Páscoa, pois só no rosto do Crucificado, transformado com a luz da ressurreição, identificaremos verdadeiramente o rosto de Cristo".
Fonte: Ecclesia

18 janeiro, 2008

Bispo de Vila Real continua a recuperar

O Bispo de Vila Real, D. Joaquim Gonçalves, continua a recuperar do transplante cardíaco a que foi submetido nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).Manuel Antunes, que chefiou a equipa médica, referiu ao Correio de Coimbra que “o paciente tem tido uma recuperação dentro da normalidade” e deverá ficar internado duas semanas.D. Joaquim Gonçalves foi operado na noite de 12 para 13 de Janeiro. O Bispo da Diocese transmontana fora internado, no dia 16 de Outubro, no Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, onde se sentiu mal durante uma consulta. Posteriormente foi transferido para Coimbra.No passado dia 8 de Janeiro, foi anunciada a nomeação de D. Amândio José Tomás, como Coadjutor de D. Joaquim Gonçalves, à frente da Diocese transmontana desde 19 de Janeiro de 1991.

16 janeiro, 2008

Diocese de Vila Real chega à Internet

. “Entre quem é”. Era assim que os antigos transmontanos respondiam a quem lhes batia à porta de casa, sem inquirir da sua identidade. É assim que os cibernatuas são acolhidos na página da Diocese de Vila Real na Internet, em http://www.diocese-vilareal.pt/ A primeira informação sobre uma das duas Dioceses da montanhosa região do interior nordeste de Portugal é de teor histórico: “Existimos como Diocese desde 1922, abrangendo 14 concelhos, desde a margem direita do rio Douro até à fronteira de Chaves, e desde o Marão, Mondim de Basto e Montalegre até Valpaços, Murça e Alijó. O actual Bispo é o 4.º da Diocese”, pode ler-se.A nota de entrada lembra que os transmontanos foram desde sempre um povo de emigrantes. “Por isso, ao dar as boas vindas a todos os que batem a esta porta, acrescento uma saudação aos transmontanos que vivem no estrangeiro e também aos que trabalham para lá do Marão”, refere ainda o site.A página, que ainda se encontra numa fase inicial da sua actividade, apresenta informação sobre a Diocese e os seus Bispos, indicações relativamente ao clero e aos serviços centrais diocesanos, entre outros.

Transplante cardíaco do Bispo de Vila Real - D.Joaquim Gonçalves

Nota da Diocese, enviada à Agência ECCLESIA, informa que a operação decorreu «com sucesso»
. O Bispo de Vila Real, D. Joaquim Gonçalves, foi submetido na noite de 12 para 13 de Janeiro a um transplante cardíaco, em Coimbra. Uma nota da Diocese, enviada à Agência ECCLESIA, informa que a operação decorreu “com sucesso”, mas lembra que, nestes casos, o período pós-operatório é sempre muito difícil. “Por isso, solicita-se aos cristãos e amigos do senhor Bispo que continuem a elevar preces pelas sua completa recuperação”, refere o texto, assinado pelo vigário-geral, Pe. António Castro Fontes.O Bispo da Diocese fora internado, no dia 16 de Outubro, no Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, onde se sentiu mal durante uma consulta. Posteriormente foi transferido para Coimbra, onde se encontra.No passado dia 8 de Janeiro, foi anunciada a nomeação de D. Amândio José Tomás, como Coadjutor de D. Joaquim Gonçalves, à frente da Diocese transmontana desde 19 de Janeiro de 1991.Na altura, o Bispo de Vila Real explicou em comunicado que “a meio do Verão passado, ao sentir agravar-se uma debilidade cardíaca antiga, pedi ao Santo Padre, como prescreve a lei da Igreja em caso de doença grave do bispo diocesano, a nomeação de um Bispo Coadjutor que me auxiliasse no pastoreio da diocese”.D. Joaquim Gonçalves, de 71 anos, é Bispo desde 1981. Após seis anos como Auxiliar de Braga, foi nomeado Bispo Coadjutor de Vila Real. Tomou posse em 24 de Julho de 1987 e no dia 28 do mesmo mês fez a sua entrada solene em Vila Real. A 19 de Janeiro de 1991, pela resignação do seu antecessor, passou a Bispo Diocesano. .

15 janeiro, 2008

FESTAS DA CATEQUESE - 2008

O programa de Catequese da Infância e Adolescência,

da Zona Pastoral –Terra Quente –Murça, compreende nove celebrações festivas profundamente vinculadas ao caminho da fé. Estas celebrações festivas dão sentido a todo um caminho percorrido pelos grupos de catequese renovando e actualizando mistérios vividos ao longo do ano, com a vontade de permanecer unidos com Cristo e em Cristo. Desta forma, só faz sentido realizá-las em comunidade.
Todos os anos de catequese têm uma celebração festiva: crianças, jovens, família, amigos, todos unidos alicerçando e consolidando o crescimento conjunto na fé. Estas celebrações realizam-se durante os meses de Janeiro e Junho, de acordo com o calendário elaborado.
ZONA PASTORAL –TERRA QUENTE
Secretariado Paroquial da Catequese



CELEBRAÇÕES FESTIVAS DA CATEQUESE


1º ANO - "FESTA DO "PAI NOSSO" - 13/01/08 - EUCARISTIA DOMINICAL

2º ANO - "FESTA DO "PERDÃO" - 24/02/08 - EUCARISTIA DOMINICAL

3º ANO - "FESTA DA "ENTREGA DO NOVO TESTAMENTO" –06/04/08 – EUCARISTIA DOMINICAL

4º ANO - "FESTA DA "PALAVRA" - 01/06/08 - EUCARISTIA DOMINICAL

5º ANO - "ENTREGA DO "CREDO"- 30/03/08 - EUCARISTIA DOMINICAL

6º ANO - "FESTA DA "PROFISSÃO DE FÉ" –22/05/08 EUCARISTIA DO DIA DE CORPO DE DEUS

7º ANO - "FESTA DAS "BEM-AVENTURANÇAS" - 03/02/08 - EUCARISTIA DOMINICAL

8º ANO - "FESTA DA "VIDA" – 17/05/08 -EUCARISTIA DOMINICAL

9º ANO - "FESTA DO "ENVIO" –11/05/08 EUCARISTIA DOMINICAL