12 fevereiro, 2008

D. Amândio Tomás


Determinado em propor mudanças:
Em Vila Real, D. Amândio Tomás quer rever métodos pastorais, apostar na formação, propor aos padres menos missas de afogadilho e aos leigos menos sacramentos recebidos com leviandade.
D. Amândio Tomás iniciou o seu ministério episcopal em Vila Real e quer propor mais catequese e travar uma religiosidade assente apenas na prática sacramental, sobretudo quando ela tem motivações sociais. Para travar é também a “hemorragia” dos transmontanos para as cidades do litoral, o que pressupõe a criação de condições que permitam vida economicamente estável no interior.Na celebração de acolhimento do Bispo Coadjutor da Diocese de Vila Real, conheceram-se as determinações de quem voltou à sua terra. “Voltei para anunciar Cristo”, referiu D. Amândio Tomás às centenas de transmontanos que acolheram com orgulho um Bispo transmontano, saudando-o ao longo do cortejo entre o Governo Civil da cidade e a Sé da Diocese que antecedeu a Eucaristia de início de ministério, neste Domingo. Às dezenas de sacerdotes e leigos que ouviram expôs, na homilia da missa, um conjunto de ideias para a dinamização de todos os católicos na região.Ponto de honra para o ministério do Bispo Coadjutor é tudo fazer de acordo com aquele que é o Bispo Diocesano, D. Joaquim Gonçalves. “Tudo farei com o meu bispo e nada contra ele”. Parceiro no ministério episcopal em Vila Real, D. Amândio quer contar com a proximidade e orientação de D. Joaquim, agora em recuperação do transplante cardíaco a que foi submetido. “Ajudai-me a ajudar o nosso bispo. Nós precisamos muito dele, do seu conselho, da sua experiência”, referiu.Nesta Diocese, D. Amândio está determinado em revestir a prática das comunidades cristãs de convicções profundas. Para isso, disse ser preciso apostar na catequese, revendo métodos de coordenação e animação pastoral na Diocese. A todos, sacerdotes e leigos, D. Amândio pede que “não se deixem intimidar pelas ameaças do laicismo e do relativismo”, reagindo a uma cultura que quer calar Cristo e os valores irrenunciáveis do cristianismo, como o valor da vida, da dignidade humana e do bem comum. “Sonho com cristãos comprometidos a animar a vida pública e a transformar por dentro a sociedade como locomotivas que arrastam, que contagiam, que galvanizam, opondo-se ao marasmo, à cobardia ao medo e à apostasia da fé”, referiu.

Menos missas de “afogadilho”

Para dinamizar a Igreja na Diocese, D. Amândio Tomás sugere “trabalho em rede”, a envolver padres, religiosos, movimentos. “Não sejais preguiçosos na vossa dedicação”, pediu o Bispo Coadjutor da Diocese, apostado em promover trabalhos de conjunto e não no isolamento de cada “quintal”.O trabalho pastoral dos padres da Diocese mereceu conselhos muito claros do Bispo que chegava a Vila Real: “mais catequese”, “menos sacramentos recebidos sem convicções” e “menos missas de afogadilho”.“Devemos apostar em menos missas de afogadilho, umas atrás das outras, para cumprir um programa, e mais catequese, sem contudo desprezar a eucaristia que é o coração da Igreja, que é fonte e ápice da sua actividade”.D. Amândio Tomás referia-se à necessidade de preparação dos sacramentos que merecem maior visibilidade social, nomeadamente o baptismo e o crisma e o matrimónio, e à grande sobrecarga que afecta os padres e outros ministros ordenados diante das solicitações dos muitos “serviços religiosos”. Para D. Amândio, é necessário “mudar de estratégia pastoral. Não podemos multiplicar missas e sacramentos”. Na homilia da missa, repetiu a necessidade de “mais catequese e de mais formação de pessoas e de consciências e de menos sacramentos recebidos com leviandade, a cumprir programas, sem convicções, recebidos por motivos fúteis”.

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